Abstract

A presente pesquisa objetivou a caracterização das cooperações entre universidades e institutos de pesquisa (U-IP) no setor agropecuário. O referencial teórico aborda temas como tecnologia e inovação tecnológica, sistema nacional de inovação (SNI), cooperação interinstitucional para inovação tecnológica, transferência de tecnologia, além dos papéis de universidades e institutos de pesquisa dentro do SNI. Também aborda os temas de tipos de pesquisa e o contexto da pesquisa agropecuária brasileira. A revisão teórica foi fundamentada na cooperação entre universidades e empresas (U-E), dada a reduzida literatura a respeito da cooperação U-IP. A metodologia utilizada foi a de estudo de caso, de natureza exploratória e qualitativa, utilizando roteiros de entrevista semiestruturados, questionários semiestruturados, bem como análise documental. O caso estudado foi o da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde foram coletados dados em três unidades de pesquisa, três universidades que cooperam com essas unidades e três unidades administrativas da Embrapa que apresentam contato com as universidades, totalizando nove entrevistas e questionários. Foi possível dessa forma identificar motivadores, tipos de ligações, barreiras, facilitadores e resultados percebidos nessas cooperações.

Highlights

  • Os tipos de ligação universidades e empresas (U-E) que não puderam ser identificados de forma consensual na cooperação entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a universidade, de acordo com a tipologia de Vedovello (1997), foram: t Acesso à literatura especializada; t Recrutamento de recém-graduados; t Recrutamento de cientistas e engenheiros mais experientes; t Programas de treinamento formalmente organizados para atender às necessidades de recursos humanos; t Serviços de atualização de acervo; t Estabelecimento de contratos de pesquisa; t Outras ligações formais ou de recursos humanos

  • Os dados acerca da fase inicial das cooperações permitiram identificar outros consensos entre os três grupos analisados: as pesquisas cooperativas são tanto básicas quanto aplicadas e dependem do momento da pesquisa e do grupo envolvido; a escolha de com quem cooperar é uma decisão do líder do projeto e dos pesquisadores envolvidos, e não institucional; questões políticas não são consideradas durante a escolha dos parceiros; e o conhecimento pessoal prévio é importante fator para a seleção de com quem cooperar

  • SEGATTO-MENDES, A.P.; ROCHA, K.C. Contribuições da teoria de agência ao estudo dos processos de cooperação tecnológica universidade-empresa

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Summary

Introdução

A sociedade contemporânea apresenta como sistema econômico dominante um modelo capitalista conhecido por pautar-se na inovação (Schumpeter, 2002) e no conhecimento, sendo chamado de Economia Baseada no Conhecimento, ou ainda Economia Baseada no Aprendizado (Johnson e Lundvall, 2005). A relevância dessas fontes para a área e a atualidade dos trabalhos por elas publicados permite supor que a ausência da temática em suas edições indica uma lacuna que essa pesquisa procurou reduzir, aumentando o conhecimento sobre esses específicos processos cooperativos. Em se tratando da cooperação U-E e IP-E, a participação das empresas nesses projetos cooperativos está muito relacionada ao investimento por parte das empresas em projetos com organizações que historicamente apresentam redução em seus recursos para P&D, no caso, institutos de pesquisa e universidades (Ferreira Jr., 2006; Mendes e Segatto-Mendes, 2006; Chagas e Ichikawa, 2009). Cabe esclarecer que no presente estudo, a Embrapa é o instituto de pesquisa estudado, pois é um importante elemento do sistema nacional de inovação do Brasil, conforme será melhor detalhado ao longo deste trabalho

A tecnologia e a inovação na sociedade
Cooperação interinstitucional para inovação tecnológica
O processo cooperativo interinstitucional
Pesquisa agropecuária brasileira
Metodologia
Apresentação dos resultados
Considerações finais
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