Abstract

A interlocução entre a Geografia Crítica e a Pesquisa Participante transforma em sujeitos ativos todos os envolvidos nessa tarefa, trazendo uma coletividade ao ato de pesquisar e firmando um compromisso social. Ela permite uma compreensão das lutas sociais no campo brasileiro e dos direitos territoriais, fortalecidos principalmente no período de redemocratização do país com a Constituinte e lidos como estratégia contraditória da reprodução da vida. Objetiva-se trazer os conteúdos deste debate a partir dessa relação acrescida do trabalho de campo e dos processos de mapeamento, com destaque para a elaboração de Mapas do Vivido. Entendido como um processo que expressa o espaço da vida e imbrica diferentes momentos históricos, como o passado, presente e futuro diante dos conflitos territoriais e da distinta territorialização dos sujeitos do campo. Verticaliza-se a análise dos direitos territoriais e das disputas dos povos indígenas, e neste artigo examinamos aqueles vinculados ao processo administrativo demarcatório da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira (PR). Para esses Guarani o mapeamento articula-se: ao passado, evidenciando a dimensão da violência que emergiu da expropriação (e suas tentativas), assim como do roubo de suas terras; ao presente, por meio dos usos, da retomada do território e das ações práticas da territorialização, as quais constroem-se como futuro e almejam a reprodução física e cultural dos povos indígenas, além das demarcações de suas terras. Para isso, encontra-se, contraditoriamente, a negociação dos limites da TI que envolvem o possível mediado pelos agentes do Estado, o que convoca fortemente a Geografia para o debate.

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