Abstract
O presente artigo se propõe a acompanhar parte das quebras de paradigmas e percepções sociais desde os primeiros museus, e seu conceito eurocêntrico e colecionista, distante da pluralidade atual, até as discussões sobre a relevância enquanto espaço público representativo da cultura afro-brasileira tendo o papel decolonial enquanto espaço não-formal de aprendizagem, aparelhos culturais esses, por vezes, perdidos no anacronismo conservador de um formato que não dialoga com os sujeitos que se propõe a refletir. A investigação utiliza da revisão narrativa de literatura como aporte metodológico, embasada em autores da área da história da museologia, da identidade cultural afro-brasileira e da educação patrimonial. Diante disso, o resultado obtido no estudo possibilitou desenhar reflexões para uma reconfiguração dos espaços museais que permitam, quando concebido criticamente, ter na sua potencialidade transformadora a oportunidade de reparar apagamentos históricos por meio de ações para visibilidade de uma diversidade cultural que realmente represente a sociedade do seu tempo.
Highlights
A partir dos estudos de Meneses (1993), observa-se que, entendido como território das identidades, os museus se tornaram parte fundamental das estratégias políticas de legitimação e, por isso, seu espaço, visto por muitos como imaculado pelas premissas seculares de preservação patrimonial, tem sido através da história usado como instrumento para reafirmação de uma hegemonia cultural, intrínseca ao poder econômico, quando não, ainda sendo espaço de exotização do “outro”, periférico aos territórios da efervescente vida artística e cultural ocidental das grandes metrópoles
Challenges to digital patrimonialization Heritage.org / Digital Museum of African and Afro-Brazilian Memory
Summary
Marcelo Prudente Silva [*] Mariana Pícaro Cerigatto [**] Edirani Tavares de Jesus [***]. A partir dos estudos de Meneses (1993), observa-se que, entendido como território das identidades, os museus se tornaram parte fundamental das estratégias políticas de legitimação e, por isso, seu espaço, visto por muitos como imaculado pelas premissas seculares de preservação patrimonial, tem sido através da história usado como instrumento para reafirmação de uma hegemonia cultural, intrínseca ao poder econômico, quando não, ainda sendo espaço de exotização do “outro”, periférico aos territórios da efervescente vida artística e cultural ocidental das grandes metrópoles. Mesmo nos dias de hoje a incorporação nos museus metropolitanos dos bens culturais tomados no período colonial e pós-colonial, agora dentro de um contexto museográfico científico, não busca valorizar a essência da identidade africana, pois, como lembra Fonseca (2017), muitas das propostas museológicas destas instituições se pautam ainda em grande parte do discurso evolucionista europeu século XIX. É papel fundamental do museu ser um agente social para promoção da igualdade social, conscientização pública e quebra das barreiras discriminatórias históricas
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