Abstract

Com o avanço da tecnologia da informação e da comunicação e as mudanças da sociedade, novas formas de flexibilização das relações de trabalho têm se disseminado, entre as quais o teletrabalho. Uma das modalidades de teletrabalho é aquela em que o indivíduo executa as tarefas de casa, mantendo, porém, o vínculo de emprego formal com uma organização. Este artigo focaliza, em especial, essa modalidade, levantando as percepções dos indivíduos que nela atuam sobre as consequências para a sua vida pessoal e profissional. Trata-se de estudo de caso na Shell Brasil, empresa que, desde 2000, promoveu a migração de alguns funcionários para o regime home-office. A metodologia de natureza qualitativa compreendeu entrevistas com profissionais desse grupo. Os resultados permitiram identificar um quadro conceitual que aponta elementos condicionantes e elementos que os indivíduos parecem utilizar como balizadores de suas avaliações sobre a condição de teletrabalhadores home-office. Entre os condicionantes, destacam-se características da pessoa, da organização, dos recursos e procedimentos disponibilizados, do trabalho, da família, do espaço doméstico e da sociedade. Como elementos balizadores surgem: o desempenho na empresa e os efeitos para a carreira, a relação com o trabalho, a vida pessoal e as relações sociais e em família.

Highlights

  • With the advance of the information and communication technology and the recent changes in society, new forms of work relations have become popular, including telework

  • A suposta ruptura de fronteiras representaria a possibilidades de expansão para além dos muros das fábricas, das barreiras aduaneiras e dos limites contratuais de trabalho

  • Büssing (1998) também avalia diversos fatores que podem influenciar a motivação, o estresse e a qualidade de vida dos teletrabalhadores, destacando, entre eles, as características: da sociedade envolvendo aspectos como custos imobiliários, de energia, de mão de obra e, até mesmo, a qualidade do ar; da organização tais como a estrutura e o tipo de tecnologia; do indivíduo envolvendo aspectos demográficos e psicossociais; e do contexto do teletrabalho tais como a gestão de resultados, a qualidade da comunicação, o treinamento de teletrabalhadores e supervisores, o suporte técnico, a estrutura de salários e benefícios e o tipo de alocação de tempo

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Summary

Alexandre Moço Barros José Roberto Gomes da Silva

Uma das marcas do final do século XX foi, segundo Kumar (1997), o surgimento de um tipo de discurso que anunciava a transformação das bases da modernidade e a emergência de um novo modelo de sociedade, ao qual se atribuíram diferentes nomeações, tais como “sociedade pós-industrial”, “sociedade pós-moderna” e “sociedade da informação”. Podem ser classificados como teletrabalhadores, por exemplo, tanto empregados quanto autônomos que atuam nesse tipo de configuração, cujas condições são diversas (QVORTRUP, 1998). Trata-se, então, de indivíduos que realizam a maior parte do trabalho na própria residência; fora, portanto, do escritório da empresa ou de qualquer outro tipo de ambiente físico profissional (exemplo: escritório de clientes), correspondendo a um caso especial do que Garrett e Danziger (2007) classificaram como fixed-site teleworkers.O objetivo do estudo é identificar que consequências os indivíduos percebem ter tal forma de atuação trazido para o seu trabalho e para sua vida pessoal. O estudo faz parte de uma linha de pesquisa mais ampla, cujo objetivo é analisar os efeitos – sobretudo, para os indivíduos – das diversas formas de flexibilização das relações de trabalho, tais como a terceirização, o teletrabalho e o autoemprego. São apresentados os resultados e as conclusões do estudo

Vantagens e desvantagens do teletrabalho
Tempo no teletrabalho
Consequências para a relação com o trabalho
Discussão dos resultados
ELEMENTOS CONDICIONANTES
Considerações finais
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