Abstract

A análise e identificação de pequenos mamíferos em egagropilos de coruja, em especial do gênero Tyto, são consideradas uma ferramenta útil e complementar na mastozoologia. No entanto, poucos estudos deste tipo têm sido desenvolvidos no sul do Brasil. Foram analisados os fragmentos cranianos e mandibulares de pequenos mamíferos encontrados em egagropilos de Tyto furcata coletados em sete localidades dos três estados do sul do país. Ao todo, foram contabilizados 2.382 indivíduos pertencentes a 29 táxons, incluindo cinco marsupiais (Didelphidae; 1,39% dos indivíduos), quatro quirópteros (Molossidae, Phyllostomidae e Vespertilionidae; 0,25%) e 20 roedores (Cricetidae, Muridae, Caviidae e Echimyidae; 98,36%). Os roedores Akodon spp., Oligoryzomys sp. e Mus musculus foram os táxons mais comuns. A amostra inclui espécies com poucos registros para o sul do Brasil, como Bibimys sp., Calomys tener e Wilfredomys oenax. A riqueza de pequenos mamíferos obtida nessas amostras corrobora a utilidade e importância da análise de egagropilos de aves de rapina. Ainda assim, são necessários estudos mais detalhados sobre a morfologia e identificação das espécies, como de Akodon e Oligoryzomys, considerando-se a natureza fragmentária do material nos egagropilos.

Highlights

  • A análise e a identificação de pequenos mamíferos em egagropilos de aves de rapina são uma ferramenta útil em estudos mastozoológicos e permitem complementar as informações obtidas por métodos tradicionais de amostragem (e. g., TAYLOR, 1994; TORRE et al, 2004)

  • TABELA 2: Número mínimo de indivíduos por táxon de pequenos mamíferos registrado em egagropilos de Tyto furcata provenientes de sete localidades na região Sul do Brasil

  • A família Muridae inclui três espécies de roedores exóticos invasores na América do Sul, caracterizados por apresentarem três séries longitudinais de cúspides nos molares superiores (MOOJEN, 1952)

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Summary

Material e Métodos

Os egagropilos estudados foram coletados dentro e ao redor de construções humanas (áreas cobertas, galpões, igrejas e casas abandonadas) utilizadas como abrigo por Tyto furcata em sete localidades nos três estados da região Sul do Brasil (Tabela 1; Figura 1). Essas localidades abrangem regiões fitoecológicas interioranas (Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional) e litorâneas (Floresta Ombrófila Densa), inseridas no bioma Mata Atlântica (LEITE, 2002). As amostras de cada localidade foram depositadas por lote na Coleção de Fragmentos Ósseos do Laboratório de Paleontologia (UFSC-CF), Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, estado de Santa Catarina (Tabela 1). TABELA 1: Localidades de registro de egagropilos de Tyto furcata nos estados do Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS), sul do Brasil. UFSC-CF = Coleção de Fragmentos Ósseos do Laboratório de Paleontologia da UFSC

No tombo
Áreas das Formações Pioneiras Áreas de Tensão Ecológica
GAR ARA SID
Composição das amostras
Família Didelphidae
Família Molossidae
Família Phyllostomidae
Família Vespertilionidae
Família Cricetidae
Constrição interorbital
Família Muridae
Família Caviidae
Família Echimyidae
Findings
ANEXO I
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