Abstract

RESUMO O objetivo deste artigo é analisar especificidades dos anos 1960 no que diz respeito às políticas de patrimônio, destacando algumas mudanças de entendimentos, noções e propostas, notadamente referentes às relações entre desenvolvimento, cultura e patrimônio trabalhadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, então Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN). Para tanto, vai-se partir das discussões e debates desse momento acerca dos efeitos da industrialização, do crescimento urbano e das políticas desenvolvimentistas sobre as políticas de patrimônio a partir dessa década, analisando as iniciativas voltadas à patrimonialização de bens culturais, à preservação do acervo que compunha o patrimônio histórico e artístico nacional e ao fomento de suas potencialidades econômicas. Na discussão proposta neste artigo, priorizar-se-ão os entendimentos e ações de preservação da DPHAN relacionados a identificação, valoração e proteção dos bens culturais, assim como os diálogos disciplinares e institucionais que a diretoria procurou estabelecer.

Highlights

  • This article aims at analyzing aspects of 1960s Brazilian cultural heritage policies, highlighting changes related to the articulation of concepts such as development, culture and heritage within the Directory of National Historical and Artistic Heritage – DPHAN, today Institute of National Historical and Artistic Heritage (IPHAN)

  • Para pensar as políticas de patrimônio cultural do período, priorizar-se-ão os entendimentos e as ações de preservação promovidas pela DPHAN relacionados à identificação, valoração e proteção patrimônio, assim como os diálogos disciplinares e institucionais que a diretoria procurou estabelecer nos anos 1960

  • É exemplo disso o ofício enviado por Renato Soeiro, então diretor da DPHAN, ao Ministro das Relações Exteriores, Nestor dos Santos Lima, em 1968, no qual sublinhou a aproximação entre os objetivos da DPHAN e o tema da reunião do Comitê de peritos internacionais para a valorização do patrimônio cultural, que fora a “valorização do nosso patrimônio cultural e sua integração nos planos de turismo e desenvolvimento econômico do país”[75]

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Summary

Compatibilizando patrimônio e desenvolvimento

Ao longo dos anos 1950 e 1960, é possível notar um movimento crescente no sentido de se aliar desenvolvimento econômico e interesse público, em especial no contexto dos países ditos “em desenvolvimento”, como o Brasil. Cujo exemplar disponível no ACI/RJ encontra-se com anotações da técnica da DPHAN, Lygia Martins Costa[66], os temas abordados nas Normas de Quito foram mantidos: de um lado, o destaque aos perigos que ameaçavam conjuntos, monumentos e sítios, resultantes tanto da “falta de meios para preserválos” quanto “da industrialização progressiva e dos grandes trabalhos públicos”; de outro, a ênfase no estreitamento da relação entre as exigências do desenvolvimento econômico e a valorização dos bens culturais a partir da perspectiva do turismo. É exemplo disso o ofício enviado por Renato Soeiro, então diretor da DPHAN, ao Ministro das Relações Exteriores, Nestor dos Santos Lima, em 1968, no qual sublinhou a aproximação entre os objetivos da DPHAN e o tema da reunião do Comitê de peritos internacionais para a valorização do patrimônio cultural (cujo relatório final foi analisado acima), que fora a “valorização do nosso patrimônio cultural e sua integração nos planos de turismo e desenvolvimento econômico do país”[75]. Lista de bens tombados e processos em andamento (1938-2015), do Iphan, disponível em: , acesso em: 05 dez 2015

Arquitetônico e Urbanístico
Considerações finais
DOCUMENTOS INTERNACIONAIS
DOCUMENTOS IMPRESSOS
SÍTIOS ELETRÔNICOS
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