Abstract

Este artigo busca, primeiramente, analisar o curta-metragem de Pier Paolo Pasolini e Paolo Brunatto, Pasolini e... la forma della città (1974), discutindo os elementos fundamentais da crítica de arquitetura de Pasolini. Em sua fala no documentário, sobressaem: sua argumentação sobre a perfeição estilística da antiga cidade italiana de Orte, e sobre como a “forma da cidade” é aviltada pela especulação imobiliária que constrói edifícios de outra ordem estética em seu entorno; a relação entre arquitetura, natureza e luz; a importância de defender as obras de edificadores anônimos do passado e os centros históricos das cidades antigas; a crítica à sociedade de consumo e a seu poder de destruição das obras do passado. Em um segundo momento, aproximamos as reflexões de Pasolini às do filósofo e arquiteto italiano Roberto Perigalli, elaboradas em seu livro I luoghi e la polvere (2010), no qual verificamos muitas afinidades ideológicas e estéticas com o pensamento do cineasta. Em especial há uma convergência, aqui discutida, na valorização que os autores fazem do passado arquitetônico, cuja força revolucionária pode servir para uma crítica do cenário presente, a apreensão de uma beleza imperfeita e frágil que se nutre dos efeitos do envelhecimento causado pela passagem do tempo e o apreço pelas ruínas como possibilidade de vivência de uma temporalidade diversa, uma experiência de comoção perante a transitoriedade das coisas.

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