Abstract
Mulheres e homens tikmũ’ũn-maxakali vivenciam seu território por meio de encontros, relações e alianças com os múltiplos seres não-humanos que o habitam – os povos-espíritos yãmĩyxop – reproduzindo constantemente seu mundo sócio-cosmológico por meio de diversas e graduais formas de xamanismo. Neste contexto, a partir de uma etnografia realizada em Aldeia Verde, pretende-se vislumbrar a complexidade da agência das mulheres, ressaltando práticas femininas que reatualizam importantes vínculos com a terra e o território: a produção de panelas de barro, a preparação de alimentos e a tecelagem de linha de embaúba. Geralmente compreendidas como meras atividades ordinárias, estas são, ao contrário, práticas mediante as quais as mulheres intervêm na socialidade do grupo, interagem com os espíritos yãmĩyxop e realizam procedimentos de ordem xamânica. São essas mulheres – fortes, xamãs, artesãs, cantoras e conhecedoras das histórias ancestrais – que, de formas diferentes e complementares aos homens, através da manipulação de substâncias femininas, cuidam de seu mundo.
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