Abstract
Condições paleoambientais dos folhelhos betuminosos cretáceos da Formação Ipubi (Bacia do Araripe-NE do Brasil) são continuamente debatidos. O principal ponto de controvérsia é se essas rochas foram depositadas em condições lacustres ou marinhas restritas. O presente estudo se desenvolveu com amostras representativas desses folhelhos betuminosos da unidade sedimentar supracitada, a partir da análise de biomarcadores saturados (n-alcanos e isoprenoides) para se reconstruir o paleoambiente deposicional e a origem da matéria orgânica. O predomínio de n-alcanos entre n-C13 e n-C19 são indicativos de uma contribuição algálica. Entretanto, picos das concentrações dos n-alcanos n-C27, n-C28 e n-C29 sugerem uma influência de plantas continentais. As relações Pr/Fi e Pr/Fi vs. (Pr + n-C17)/(Fi + n-C18) indicam condições redutoras (baixa oxigenação) e hipersalinas durante a deposição destes folhelhos. O diagrama Pr/n-C17 vs. Fi/n-C18, além de sugerir também condições redutoras durante a deposição destes folhelhos, classifica a contribuição algálica como de origem marinha-transicional. Sendo assim, baseado nos compostos orgânicos moleculares, este estudo sugere que os folhelhos estudados foram depositados em condições anóxicas e hipersalinas em um paleoambiente marinho restrito à transicional.
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