Abstract

Este artigo tem como objetivo a compreensão das narrativas de memória do sacerdote Pai Paulinho de Ogum Xoroquê, referentes às sociabilidades vivenciadas na antiga Bacia de Mont’Serrat, Porto Alegre, RS. O estudo concentra-se na figura de Pai Paulinho, tanto por sua condição de sacerdote de Religiões de Matriz Africana, quanto por ser um morador negro representativo e remanescente da antiga Bacia de Mont’Serrat, um Território Negro da cidade. Nesta territorialidade, passou a sua infância nos anos 1960, conheceu seus espaços de sociabilidade permeados pela presença do Batuque e da Umbanda. Na condição de integrante de uma linhagem sacerdotal afro-brasileira, Pai Paulinho conheceu a religião, seus lugares de culto, suas lideranças, suas cerimônias em um tempo ainda marcado pela regulação religiosa do tempo e do espaço. Este estudo está baseado em um corpus formado pelos registros orais, escritos e iconográficos e seus resultados apontam para um efetivo trabalho de recriação memorial ligada à tradição étnico-religiosa de alguém que conheceu um território identificado com a cultura e religiosidade africana em Porto Alegre/RS.

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