Abstract

Essencialmente feminino, negro e pobre, o emprego doméstico é tratado diferentemente até mesmo pela legislação. Esse artigo tem o objetivo de identificar como o ciclo de vida, geração e outras características individuais da mulher, assim como fatores conjunturais, afetam a chance de estar e permanecer no emprego doméstico remunerado, no Brasil metropolitano em anos recentes. Dados da Pesquisa Mensal do Emprego, de 2002 a 2015, foram utilizados em uma modelagem log-linear de idade, período e coorte das frequências de transição e imobilidade de categorias de ocupação. A conjuntura tem o maior efeito, seguido de coorte. Essa é uma ocupação que está encolhendo e “envelhecendo”: menos jovens estão se tornando domésticas enquanto mulheres mais velhas ocupam cada vez mais espaço, combinando o adiamento da saída do mercado de trabalho com a menor mobilidade ocupacional em uma fase mais avançada da vida. Além disso, existe uma grande influência em ser negra na inserção/mobilidade ocupacional que está mudando entre as coortes. Entretanto, a diferença na probabilidade entre brancas e negras de trabalharem como domésticas permanece constante. Ainda, o emprego doméstico possui maior mobilidade do que os demais, indo contra a noção prévia de “armadilha da ocupação”, sendo a aparente mobilidade devida às características individuais das trabalhadoras.

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