Os Jesuítas e a «Ideia Republicana» em Portugal

Fernanda Santos

doi:10.53943/elcv.0118_14

Abstract

This article shows that the relationship between the Jesuits and the «republican idea» was rather peaceful for both parties, but was also very controversial within the Church itself. During the time of the Republic, in Portugal, and in the years leading up to it, the antijesuitism was a way to combat the power of the Jesuits. The republicans are fighting for solutions to the various political and social future of the country as opposed to constitutional monarchy. The use of ideological antijesuitism flag had been used very early in the propagandists manifests of the Republican Portuguese Party. However, some Jesuits were politically involved, partisand catholicism. Some members of the Company of Jesus had been in fact committed to the creation of the Nationalist Party in 1903 as the catholic party, believing that the agglutination of the catholic vote in one party to defend the values of the Church was the best solution to counter the anticlerical wave that was felt in political and cultural country. This work also aims to show that, during the Republic, was always concerned the problem of the involvement of clergy and catholics in general with partisan politics, showing the controversial relationship between the Jesuits and the «republican idea».

Highlights

This article shows that the relationship between the Jesuits and the «republican idea» was rather peaceful for both parties, but was very controversial within the Church itself
Já no tempo do Liberalismo português, e logo desde os seus alvores, se regista um esforço para reabilitar a obra pombalina como um símbolo das conquistas revolucionárias do século xix
A República rapidamente arranjou explicação para todos os males que a sociedade portuguesa mantinha, mau grado as promessas republicanas

Summary

República portuguesa: antecedentes

Dos inícios dos anos 90 do século xix até aos anos 30 do século xx, configurou-se, em Portugal, um amplo território político, cultural e ideológico, polarizado em torno da natureza do regime (monarquia, república), da organização do sistema político (tradicionalismo, parlamentarismo, presidencialismo), das relações entre o Estado e a Igreja católica (regalismo, ultramontanismo, jacobinismo, concordatismo). Entre os nacionalismos políticos de ação com maior capacidade de influência encontram-se o nacionalismo monárquico liberal (Partido Regenerador, Partido Progressista e depois largos sectores da Causa Monárquica), o nacionalismo monárquico tradicionalista (Partido Legitimista), o nacionalismo republicano liberal (Partido Republicano Português e, depois, vários partidos republicanos), o nacionalismo católico (centros nacionais, Partido Nacionalista, Centro Católico Português), o nacionalismo monárquico integralista (Integralismo Lusitano e Acção Realista Portuguesa) e o nacionalismo monárquico fascista (Movimento Nacional Sindicalista); nos anos 20, sem sucesso, João de Castro Osório, António de Cértima e Raul de Carvalho pretenderam organizar um nacionalismo republicano fascista (Centro do Nacionalismo Lusitano). Na segunda fase (1927-38), acentuou-se o pendor republicano presidencialista (sidonista) e monárquico antiliberal, vindo a agremiação, em 1935, a albergar alguns nacionais-sindicalistas dissidentes — Manuel Rodrigues dos Santos (funcionário do Ministério da Instrução Pública/Educação Nacional), José Pereira de Sousa (comerciante e jornalista), Mário Perestrelo de França (tenente de infantaria na reserva) — que, em 1936, constituirão, sob o impulso do general Farinha Beirão e em conjunto com o capitão na reserva Afonso de Miranda, o comando central da Vanguarda Nacional

Ideia republicana e antijesuitismo

Implantação da República e ideário laicizante

Jesuítas e Partido Nacionalista

Conclusão