Abstract

O Tratado sobre os modos de significar ou gramática especulativa de Tomás de Erfurt é o texto gramatical mais completo do movimento modista (1250-1350) e a sistematização mais representativa das ideias desse movimento (BURSILL-HALL, 1971; 1972). Trata-se de um manual que seleciona e organiza boa parte do acervo das ideias originais e amadurecidas das primeiras duas gerações desse movimento (MURRAY, 1998). As teorias propostas no Tratado sobre os modos de significar revelam esforços consideráveis de teorização e originalidade. Por exemplo, com o intuito de oferecer uma explicação adequada da frase latina, Tomás de Erfurt faz uma analogia com a teoria do móvel da física aristotélica, utiliza a noção metafísica representada por dicotomias como “substância-acidente” e “primeiro-segundo”, e emprega a ideia de alteridade (quod est alterum) da lógica de Aristóteles (ca. 384-322 a.C.). Faz, assim, uma série de inovações com base em conceitos advindos da Antiguidade Tardia e Alta Idade Média. Este artigo procura demonstrar que as teorias de Tomás de Erfurt não só representam um momento de continuidade (ALTMAN, 2004) ou período de ciência normal (KUHN,2006), mas também apresentam contribuições originais para a historiografia dos estudos sobre a noção de dependência sintática e possuem uma visão pragmática da linguagem que complementa sua compreensão da sintaxe (COVINGTON, 1984; ROSIER-CATACH, 1997).

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