Abstract

Este artigo compara os esforços inovativos das grandes empresas farmacêuticas nacionais (GEFNs) e transnacionais (GEFTs) atuantes no Brasil. A metodologia descritiva utiliza dados não publicados das últimas três edições da Pesquisa de Inovação (Pintec) – 2008, 2011 e 2014 – e uma revisão da literatura sobre a indústria farmacêutica e suas estratégias de inovação para explicar os esforços inovativos descritos pelos dados. Os resultados mostram a evolução positiva das GEFNs em termos de esforços de criação de capacidades inovativas, e a manutenção do padrão de baixos esforços inovativos das GEFTs no Brasil. Conclui-se que as GEFNs estão alterando seu padrão de investimentos em atividades inovativas. Tais resultados corroboram estudos empíricos, que mostraram o avanço na complexidade das capacidades inovativas dessas empresas, e apontaram outras estratégias utilizadas, como parceria com centros de conhecimento e internacionalização da P&D.

Highlights

  • Tradicionalmente, o desenvolvimento tecnológico para introdução de novos produtos e processos foi realizado nos países desenvolvidos (PDs), e os países em desenvolvimento (PEDs) eram receptores das inovações, sem conseguirem participar ativamente do processo de difusão dessas inovações (KATZ, 1984; BELL; PAVITT, 1993)

  • Em particular na indústria farmacêutica (IF), Katz (1984) observou que as transnacionais – oriundas de PDs – conseguiam atuar em todas as etapas de geração de inovação, produção e comercialização, enquanto as empresas nacionais dos PEDs estavam especializadas somente na produção e comercialização

  • Essas realizavam baixos investimentos em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e se limitavam a adaptar os produtos e processos às necessidades locais (BASTOS, 2005; HASENCLEVER et al, 2010)

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Summary

Introdução

Tradicionalmente, o desenvolvimento tecnológico para introdução de novos produtos e processos foi realizado nos países desenvolvidos (PDs), e os países em desenvolvimento (PEDs) eram receptores das inovações, sem conseguirem participar ativamente do processo de difusão dessas inovações (KATZ, 1984; BELL; PAVITT, 1993). Recentemente vários autores, estudando o processo de inovação da indústria brasileira em outros setores que não a IF (FIGUEIREDO, 2003; FIGUEIREDO et al, 2018) e na IFB (TORRES; HASENCLEVER, 2016; CENTRO DE GESTÃO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS – CGEE, 2017; CUNHA; HASENCLEVER, 2019), também utilizaram esses conceitos e aportes teóricos para compreender as capacidades inovativas das empresas em PEDs. Este tema é especialmente relevante para a IF de PEDs, pois após a assinatura do Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights Agreement (Acordo TRIPS), em 1994, as vantagens criadas pelas empresas farmacêuticas de PDs se fortaleceram, vista a elevação das barreiras para o aprendizado pela cópia por meio da uniformização dos sistemas de propriedade intelectual em todos os países signatários (ORSI; CORIAT, 2006). O padrão de especialização na produção e comercialização com baixos investimentos em atividades inovativas das empresas nacionais ainda está presente? Há alteração na estratégia das empresas transnacionais em termos dos seus investimentos inovativos no Brasil?

Metodologia
Evolução dos esforços inovativos das grandes empresas farmacêuticas no Brasil
Portes das empresas e fundos de investimento
Dispêndios em atividades inovativas
Uso de biotecnologia e nanotecnologia
Findings
Conclusão
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