Abstract

O artigo tem por objetivo examinar as relações entre educação e política ao longo da construção do discurso de Paulo Freire. Nesta perspectiva, são trabalhadas as ligações das propostas do autor com o nacional-desenvolvimentismo e o com o populismo nos anos de 1950 e 1960, indicando-se as principais influências teóricas que constroem o pensamento do "primeiro" Paulo Freire, especialmente as correntes existencialistas e personalistas que alicerçam seu pensamento cristão progressista e as influências de intelectuais do ISEB. A seguir, busca-se identificar a progressão teórica do autor, a começar das influências modificadoras de correntes marxistas. Um outro conjunto de influências teóricas - Marx, Hobsbawn, Goldman, Lukács, Gramsci, Sartre -, somadas a críticas e autocríticas, permitem identificar a instituição de um "outro" Paulo Freire, momento em que o discurso freireano é inundado pela preocupação com a "politicidade da educação" e com a "educabilidade da política". Neste sentido, discute-se a questão da inseparabilidade educação-política e suas especificidades. Finalmente, investe-se nas possíveis sínteses do pensamento do autor, esboçando um itinerário das origens e da prospectiva político-pedagógica de Paulo Freire. Inerente à construção deste artigo, está a convicção de estarmos tratando de uma das contribuições pedagógicas mais importantes do século XX e, como tal, de uma proposta educacional necessária ao nosso futuro como sociedade autônoma, esperançosa e dialógica, embora permanentemente indignada com as injustiças sociais e os direitos humanos negados ou violados.

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