Abstract

O objetivo do estudo é investigar ordens e pedidos em língua italiana, identificando os elementos que caracterizam e diferenciam esses dois atos de fala, a partir da percepção de falantes nativos e aprendizes brasileiros. O instrumento elaborado para a coleta dos dados apresentava aos informantes interações verbais entre falantes nativos de italiano (role plays, gravados em áudio e vídeo, e diálogos extraídos de material cinematográfico), que deveriam ser classificadas como ‘ordem’ ou como ‘pedido’ com uma justificativa para a escolha. Havia também um terceiro campo em aberto (‘outro’). Analisando as respostas de 40 italianos e 40 aprendizes brasileiros, observamos que ordens e pedidos em língua italiana são diferenciados pela estrutura linguística e pelos elementos contextuais que envolvem a interação. A comparação dos resultados não revelou diferenças significativas na classificação dos dois atos de fala por parte de falantes nativos e brasileiros. Contudo, foi possível constatar que, enquanto os informantes italianos recorreram com maior frequência a elementos de tipo pragmático e prosódico para justificar suas respostas, os aprendizes brasileiros se basearam na maior parte dos casos em aspectos de tipo pragmalinguístico.

Highlights

  • Os livros didáticos, que muitas vezes simplificam e descontextualizam a língua estrangeira, são na maior parte dos casos uma referência insuficiente, quando se quer trazer para a sala de aula a complexidade da comunicação (MARTÍNEZFLOR, 2008; NUZZO, 2013)

  • The aim of the study is to investigate orders and requests in Italian, identifying the elements that characterize and distinguish these two speech acts in the perception of native speakers and Brazilian learners

  • The data-gathering instrument presented to the informants verbal interactions between native Italian speakers, which should be classified as “order” or “request” with a justification for the choice

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Summary

Ordens e pedidos: classificação e características

A Pragmática, como área da Linguística moderna refere-se, segundo Crystal:. [...] ao estudo da língua do ponto de vista dos usuários, especialmente das escolhas que fazem, das restrições com as quais se deparam enquanto utilizam a língua na interação social, e dos efeitos que seu uso tem sobre os outros participantes durante o ato comunicativo (CRYSTAL, 2008, p. 379, tradução nossa)[4]. Conforme as teorias dos atos de fala desenvolvidas por Austin (1990), Searle (2002) e Sbisà (2009), ordens e pedidos podem apresentar semelhanças, a ponto de pertencerem a uma mesma categoria, e diferenças, quando se observa sua força ilocutória e o efeito que o proferimento de tais atos causa no ouvinte. Esse também é o ponto de partida em Santoro (2013) que, ao escolher o pedido como ato de fala para estudar a competência pragmática, afirma que esse ato de fala pode ser realizado com um verbo performativo, com o uso de um verbo no modo imperativo, com uma pergunta, ou indiretamente, com um ato constatativo. Tais concepções alinham-se com o que é apresentado por algumas gramáticas da língua italiana, nas quais se afirma que o modo imperativo não é apresentado como uma forma linguística usada exclusivamente para o proferimento de ordens, pois pode também ser utilizado na realização de pedidos. Há mais uma questão que merece destaque: em todos os casos, os estudos parecem apontar para a insuficiência da exposição a contextos de uso de uma determinada língua (mesmo em situações de imersão) e, portanto, para a necessidade de instruções específicas[9]

Os modificadores linguísticos
Os objetivos da pesquisa
Metodologia da pesquisa
O questionário para a coleta dos dados
Os informantes
Findings
Resultados
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