Abstract

Este trabalho investiga as orações causais do português brasileiro introduzidas por porque. O objetivo principal é mostrar que, para obter-se uma análise adequada dessas orações, é necessário levar em conta a estrutura informacional da sentença. Em geral, assume-se implicitamente que as orações causais próprias com porque são sempre focalizadas, e, por esse motivo, são analisadas como orações subordinadas de predicado. Este artigo mostra que é possível atribuir diferentes estruturas informacionais a essas construções: ou (i) a construção causal é associada a uma única estrutura foco-pressuposição, em que a oração subordinante veicula a pressuposição, e a oração causal, o foco; ou (ii) a construção causal pode ser associada a duas estruturas foco-pressuposição distintas. Argumenta-se que, enquanto a análise como subordinada de predicado se aplica corretamente aos casos descritos em (i), essa análise não é adequada aos casos descritos em (ii). Conclui-se que a oração causal nesses casos deve ser analisada como uma oração subordinada de frase.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call