Abstract
Neste artigo, abordamos a recategorização da preposição “sem”, que se configura como conjunção seja quando integra a perífrase “sem que”, seja na estrutura “sem + verbo no infinitivo”, introduzindo orações adverbiais. Damos destaque à flutuação semântico-discursiva experimentada por essa forma gramatical, defendendo que, embora o referido item integre o rol das preposições medianamente gramaticalizadas, é suscetível à mudança, exibindo matizes semânticos diversos. Tomando como suporte a Teoria Funcionalista (Halliday, 1985; Hopper e Traugott, 1993; Neves, 2002; Castilho, 2010), inventariamos os matizes semânticos nas estruturas oracionais presentes em artigos de opinião, editoriais e entrevistas de periódicos semanais que compõem o corpus investigado. Da análise dos dados, revelaram-se muito frequentes as estruturas a que conferimos o valor modal, levando-nos a defender que esse matiz constitui um domínio particular e não um domínio amplo, que seria diluído nas relações semânticas de comparação, conformidade ou concessão, prática passível de revisão na abordagem das gramáticas consideradas tradicionais.
Highlights
Orações adverbiais de modo introduzidas por “sem”/“sem que”: um olhar na tradição gramatical e outro nos usos
Revelaram-se muito frequentes as estruturas a que conferimos o valor modal, levando-nos a defender que esse matiz constitui um domínio particular e não um domínio amplo, que seria diluído nas relações semânticas de comparação, conformidade ou concessão, prática passível de revisão na abordagem das gramáticas consideradas tradicionais
We approach the recategorization of the preposition “sem”, which is configured as a conjunction, either when integrating the periphrasis “sem que”, or in the structure “sem” + verb in the infinitive, introducing adverbial clauses
Summary
É sabido que o sistema linguístico está em constante (re)organização, exibindo formas/estruturas fixas e outras fluidas – as primeiras já estabilizadas no sistema, as últimas podendo vir a se acomodar à gramática. Geralmente, norteando-se pela divisão entre coordenativas e subordinativas, distinguem conectores de transpositores; e, guiando-se pelo sentido expresso por esses elementos gramaticais, delimitam uma tipologia semântica, incluindo no primeiro grupo (das coordenativas10) as categorias aditivas, alternativas, adversativas, explicativas e conclusivas; e no segundo (das subordinativas), as causais, condicionais, concessivas, consecutivas, comparativas, conformativas, temporais, proporcionais e finais. Com base nas afinidades de sentido, o primeiro distribui tais orações em quatro grupos; e o segundo, em três, conforme dispomos a seguir: 10 Autores como Perini (1996) e Bechara (1999) excluem do conjunto das conjunções coordenativas determinados elementos que, apesar da proximidade semântica com os conectivos propriamente ditos – e, ou e mas -, atuam no nível do texto, como ocorre com os itens: contudo, entretanto, portanto, logo, assim, então, pois, entre outros. O que nos guiará a atenção a partir desse ponto será sua presença e atuação como introdutor de orações hipotáticas adverbiais de modo, taxonomia aqui defendida
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