Abstract

O artigo aborda criticamente a Operação Carne Fraca, deflagrada em 2017 pela Polícia Federal no Brasil, quando foi descoberto esquema de adulteração de carnes e práticas ilícitas envolvendo empresas e agentes públicos. Os contrapontos elaborados no texto demonstram que a qualidade da carne, apesar de relevante, não é o principal problema do setor de frigoríficos no país. Por isso, reduzir a perspectiva analítica somente a este aspecto contribui para mistificar as péssimas condições de trabalho impostas neste setor e que serão demonstradas ao longo do artigo. A pesquisa se fundamentou na análise documental junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), em específico, da Ação Civil Pública (ACP) nº01428-2010-068-09-00-5, fontes jornalísticas e dados secundários. Conclui-se que, numa perspectiva centrada na análise da relação trabalho-saúde, não há como reduzir o debate seja para a dimensão da qualidade da mercadoria (carne) para o consumo, ou somente apontar para adequações nos ambientes fabris restritos à própria fábrica, com vistas a minimizar os agravos à saúde dos(as) trabalhadores(as).

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