Abstract

Um aspecto central dos debates da filosofia da cultura nos anos entre 1860 e 1914 foi a pergunta pela origem da linguagem. Se a origem da linguagem reside na natureza, então existem motivos exclusivamente naturais para o surgimento e desenvolvimento da linguagem. Entretanto, se a linguagem humana já for originalmente um artefato humano, então a história natural geral tampouco nos pode oferecer ajuda para compreender a forma de vida humana. A essas opções podemos chamar, abreviadamente, de “naturalismo” e “culturalismo”. Que aqui observemos um terreno cultural-filosófico e cultural-político disputado, já era completamente sabido por Anton Marty (1847-1914), quando ele tentava se posicionar no mundo acadêmico com a sua dissertação, publicada no ano de 1875 sob o título de Sobre a Origem da Linguagem. Marty não adere a um partido, mas sim se volta tanto contra o naturalismo e contra o culturalismo de seu tempo. Marty dá à sua concepção o título de “empirismo”, ainda que seja surpreendente que ele não opere nenhuma pesquisa empírica sobre o uso linguístico, mas sim que busque uma maneira necessária de explicação para o desenvolvimento da linguagem e cultura. Sua hipótese antropológica de que o homem seja comunicativo por natureza está localizada na fronteira de interpretações naturalistas e culturalistas da cultura do homem. No meu artigo, quero mostrar que a resposta de Marty à pergunta pela origem da linguagem não dá fim ao debate, mas sim o deixa mais afiado.

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