Abstract

A omissão na interpretação, enquanto um fenômeno polêmico, tem sido estudada desde os anos 1970. O presente artigo tem como objetivo analisar a omissão do conteúdo observada na interpretação consecutiva de português para chinês dos textos jornalísticos. O estudo baseia-se no corpus composto pelos textos transcritos de interpretação feita por 15 alunos de pós-graduação do curso de português. Para a análise textual, foram classificados cinco tipos de unidades de interpretação com base nas caraterísticas dos textos jornalísticos e unidades de tradução proposta por Gile (2009, 2018). O resultado demonstra que, normalmente, há mais omissão no primeiro e no último segmento de cada notícia e o conteúdo relacionado com o “tempo” é mais possível de ser omitido. Outrossim, existem várias causas de omissão, e o presente trabalho propôs cinco hipóteses para a explicação do fenômeno, analisando os exemplos da interpretação do nosso corpus. Por fim, as análises evidenciam que a omissão, além de poder ser um efeito secundário da sobrecarga cognitiva, pode ainda ser uma estratégia utilizada deliberadamente pelos aprendentes.

Highlights

  • Resumen: La omisión en la interpretación, como fenómeno controvertido, se ha estudiado desde el decenio de 1970

  • O resultado mostrará quais são as unidades mais omitidas e as possíveis causas da omissão

  • A seguir, calculamos, ainda no Excel, a quantidade e a percentagem de omissão de cada tipo das unidades, demonstrando-se o cálculo do segmento 004d na Tabela 4

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Summary

Unidades de interpretação

O termo “Translation Units” do Modelo Sequencial de Tradução é sugerido por Gile (2009), sem ter distinguido o modo da tradução com o da interpretação. Uma unidade de tradução passa por duas fases: a fase de compreensão, onde os tradutores leem o texto e formulam mentalmente várias hipóteses de significados de uma unidade, e a fase de reformulação, em que verificam e reformulam uma das hipóteses na língua alvo (doravante LA) (GILE, 2009). Os intérpretes escutam o TF proferido na LA por cada unidade de interpretação e atribuem-lhe um determinado significado na LA com base no seu domínio de línguas e conhecimentos do mundo. A substituição de uma unidade pode conduzir a diferenças entre TF e texto alvo (doravante TA), contudo não é considerada como omissão, por exemplo, substituir “o presidente francês” por “Emmanuel Macron”. O desvio do siginificado causado pelo mal entendimento ou insuficiência do conhecimento enciclopédico é considerado como uma inadequação interpretativa, o que pode levar à omissão, por exemplo, interpretar “o presidente francês” por “Teresa May”. Faremos uma análise mais detalhada com base nos textos do nosso corpus, que será apresentado na próxima seção

O corpus de interpretação
O corpus de estudo
Procedimento da criação do corpus e o cálculo da omissão
Enumeração das unidades homogêneas
Ausência de conhecimento enciclopédico bilingue
Insuficiência do conhecimento linguístico
Decisões deliberadas sobre a sobrecarga cognitiva
Findings
Falta de simetria cultural entre um par de línguas
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