Abstract
Resumo: A cirurgia bariátrica, realizada predominantemente em mulheres (80% no Brasil e 77% no contexto mundial), representa, além da prevenção de riscos aos agravos de saúde, uma promessa de bem-estar subjetivo. Neste trabalho, analisou-se, a partir da perspectiva de teorias feministas e psicodinâmicas, associadas à literatura da saúde, narrativas e expressões não verbais de um grupo de mulheres na iminência de tal cirurgia. Os resultados obtidos mostraram que aquele grupo de mulheres buscava a cirurgia como um dispositivo para alcançar a magreza como o padrão feminino idealizado socialmente. O corpo gordo foi reconhecido como uma condição não humana e a cirurgia simbolizada como a libertação dessa condição e o resgate da sexualidade. Concluiu-se, portanto, que as questões de gênero devem ser reconhecidas para apoiarem as equipes de saúde a fim de se mitigar expectativas irreais e melhorar o desfecho do tratamento da obesidade grave.
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