Abstract

A tríade sombria—maquiavelismo, narcisismo e psicopatia—tem sido tradicionalmente avaliada via inventários de autorrelato. Entretanto, instrumentos de autorrelato podem estar suscetíveis à aquiescência ou tendência a concordar com itens mesmo quando possuem conteúdo antagônico. O presente estudo teve por objetivo investigar a dimensionalidade de dois populares instrumentos de autorrelato da tríade, o Dirty Dozen e o Short Dark Triad, verificando a interferência do viés da aquiescência na estrutura fatorial de cada medida. Participaram do estudo 449 universitários (média de idades = 23,47; DP = 6,76; 64% mulheres). O controle da aquiescência produziu soluções fatoriais mais interpretáveis do que a tradicional modelagem bi-factor, amplamente utilizada na área. Os achados também revelam fragilidades na composição teórica de ambos os instrumentos. Argumenta-se que a economia das medidas breves da “tríade sombria” não deve vir desencontrada de uma estrutura fatorial que reflita o conhecimento atual sobre a multidimensionalidade desses traços.

Highlights

  • Resumen: La Tríada Oscura se ha evaluado a través de inventarios de autoinformes

  • Como o método do autorrelato é a estratégia mais usual em estudos na área, vieses típicos do autorrelato podem ser uma preocupação na avaliação das características da tríade

  • Embora tenha havido certa preocupação com a influência da desejabilidade social, outras fontes de variância sistemática, como a aquiescência, têm sido pouco investigadas

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Summary

Análises de dados

Foram especificados três modelos candidatos, descritos na Figura 1 (para mais clareza de exposição, foram apresentados apenas dois itens por fator, e suprimidos os erros). No modelo 3, os itens são explicados pelos três fatores oblíquos e também por uma covariável, um índice de aquiescência, que busca dar conta da variância comum não atribuível aos fatores de traço. Como indicado em estudos prévios (ver Aichholzer, 2014), em todas as comparações, os modelos saturados (B, aqueles que permitem cargas cruzadas) obtiveram melhor ajuste em relação aos seus respectivos concorrentes restritos. No caso do instrumento DD, não obstante, o ajuste dos três modelos saturados resultou bastante próximo, embora com uma pequena vantagem para o modelo bi-factor. Quanto ao instrumento SDT, as diferenças em ajuste aos dados foram um pouco mais salientes, também favorecendo o modelo bi-factor, que produziu os menores valores qui-quadrado e RMSEA, e os maiores valores CFI e TLI. Decidiu-se inspecionar melhores cargas fatoriais dos três modelos saturados de cada instrumento, descritas nas Tabelas 2 e 3

MIMIC com controle de aquiescência
Discussão e considerações finais
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