Abstract

O presente texto é uma breve análise do conceito de tempo na qual pretendemos demonstrar que existem duas maneiras possíveis de ressignificá-lo dentro da filosofia espinosana. Em princípio, abordaremos o caráter ontológico desse conceito ressaltando que o tempo não passa de um produto da nossa imaginação e, por consequência, é possível interpretar Espinosa como um profundo crítico da ideia de tempo mensurável. Nessa perspectiva, o autor propõe aos homens que se libertem da percepção temporal, por meio de um processo de correção do intelecto, para compreender todas as coisas sob uma perspectiva da eternidade. No entanto, há outra possibilidade de leitura que garante ao tempo um papel mais significativo tanto na vida particular quanto na construção da sociedade, bem como na relação da mesma com a sua história, ou seja, com a evolução da consciência coletiva e com a manutenção do bem comum.

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