Abstract

Neste trabalho, analisamos rediscursivizações do símbolo da justiça em charges que circulam na internet e que foram produzidas entre os anos de 2017 e 2019, tendo em vista o cenário de críticas à justiça brasileira, mais precisamente, as críticas tecidas contra alguns eventos ocorridos na esfera jurídica. Para isso, dialogamos com a perspectiva enunciativa do Círculo de Bakhtin, especialmente Bakhtin (2011) e Volóchinov (2017). Assumimos que o símbolo da justiça se constitui signo ideológico, pois é arena de encontro e desencontro de sentidos. As charges analisadas mostram como os autores trabalham a ressignificação dos sentidos de justiça, materializando pontos de vista, posições valorativas diante do atual cenário jurídico-político brasileiro. Por outro lado, os enunciados também desvelam outros discursos, mais precisamente, quanto à figura feminina. Assim, constatamos que as críticas tecidas à justiça utilizavam a figura feminina de forma sensualizada, como garota de programa, como mulher que vende o corpo, como safada. O corpo feminino aparece sempre como objeto à venda e que tem na figura masculina um possuidor, um dono. Desse modo, é possível perceber como o discurso machista atravessa as charges, mesmo que de forma inconsciente, revelando o quanto esse problema se encontra nas estruturas sociais e que afloram em discursos como os analisados.

Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.