Abstract
Feministas e outros acadêmicos vêm debatendo teoricamente o que exatamente é comprado numa transação de prostituição e se o sexo pode ser "um serviço como qualquer outro", mas raramente lidaram empiricamente com essas questões. Este artigo se baseia em observações de campo e entrevistas com clientes masculinos de trabalhadoras do sexo comercial e com agentes do Estado encarregados de regulá-las para investigar os significados dados a diferentes tipos de trocas sexuais comerciais. Manifestados por detenção e re-educação de clientes, apreensão de veículos, leis mais estritas sobre a prostituição de menores e a posse de pornografia com crianças, recentes esforços do Estado para problematizar a sexualidade masculina em todos os EUA e Europa Ocidental se desenvolveram ao lado de uma ética de consumo sexual descontrolada, evidenciada pela imensa demanda por pornografia, clubes de strip-tease, "lap-dancing"¹, acompanhantes, sexo por telefone e "turismo sexual" em países em desenvolvimento. Ao situar a troca sexual comercial dentro do contexto mais amplo das transformações pósindustriais da cultura e da sexualidade, podemos começar a desvendar esse paradoxo.
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