Abstract

Em três momentos, o texto discute o filme Bacurau dos cineastas brasileiros Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, tomando como fio condutor a ideia das relações entre margem e centro, entre local e universal. Em um primeiro momento, estabelecemos paralelos entre aspectos do projeto estético-políico deste filme e do movimento do Tropicalismo dos finais dos anos 60, com o qual ele dialoga, sobretudo a partir da ideia de justaposição formal de opostos. Em segundo lugar, mostramos que o enredo do filme articula os polos do regional (o sertão) e do universal (o mundo contemporâneo), entendendo o filme como um diagnóstico do presente esclarecido a partir das noções de biopolítica, necropolítica e neoliberalismo. No terceiro momento, analisamos a construção da vila de Bacurau como comunidade queer, heterotópica e marginal, desviante em relação às normas patriarcais hegemônicas quanto às relações entre os gêneros e quanto à orientação sexual. Na conclusão, argumentamos que o a violência presente no filme não constitui nem um projeto político determinado, nem tampouco serve a propósitos mercadológicos. Por outro lado, a violência contida nos atos de resistência da comunidade está a serviço da garantia de suas formas de vida marginal.

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