Abstract

Durante uma caçada aos elefantes, no Botswana, o que o obrigou a um regresso e a uma intervenção cirúrgica urgente. Este facto foi transformado em evento mediático pela imprensa portuguesa, que o manteve na esfera pública durante vários dias, conferindo-lhe um determinado contorno, parcialmente determinado por um interdiscurso ambiental que condena veementemente a morte de animais em vias de extinção e promove a sua preservação. Através do discurso público, os media têm o poder de moldar a percepção dos factos e configuram a realidade, e o ambientalismo, ou o discurso sobre o meio ambiente, é um dos discursos dominantes na esfera pública; por isso, é academicamente pertinente e socialmente útil desenvolver uma análise atenta ao tratamento mediático desses factos, isto é, qual desenho dos factos foi oferecido à opinião pública portuguesa. Para tal, este estudo recorre aos princípios teóricos e metodológicos da análise do discurso, identificando a construção de frames, o repertório interpretativo e os aspetos enunciativos mais salientes identificáveis em artigos de imprensa publicados em quatro jornais diários e dois semanários nas edições de 15 a 22 de abril de 2012.

Highlights

  • Esta escolha e a respetiva justificação inscrevem-se numa linha teórica já defendida por outros linguistas, nomeadamente Jung (2001)

  • Estes últimos serão objeto de análise mais demorada, em virtude de suscitarem de forma mais visível a reflexão e o debate na esfera pública

  • Surgem (poucas) vozes contestatárias, que incorporam o mérito de suscitar a reflexão sobre a relação homem / ambiente em torno deste caso particular, tornando consciente a assunção dos valores defendidos pelos ativistas ambientais ou permitindo a sua rejeição fundamentada

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Summary

Quadro teórico

O quadro teórico no qual este estudo se inscreve assume que a língua e os discursos configuram a realidade (Searle, 1998) e colaboram na categorização das coisas e seus estados, visto que é pelo discurso produzido que o sujeito falante constrói o mundo, um mundo necessariamente modelado pela sua perceção e pelos valores que adota como seus. O discurso não apresenta asseticamente os factos brutos, na sua absoluta completude, mas opera uma seleção e uma mediação entre as coisas e seus estados e o homem, sendo toda a enunciação uma forma de ordenação e conceptualização do mundo. Os segundos são aqueles em que o enunciador se assume explicitamente como avaliador dos estados de coisas, dá a ver as suas escolhas e a seleção que opera entre os factos brutos

Corpus e metodologia
Evidências do corpus e discussão
Uma visão panorâmica do corpus
A revista Visão
Algumas considerações preliminares
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