Abstract

Resumo O que é a superexploração da força de trabalho? Como a superexploração funciona? Quais são seus impactos para a classe trabalhadora? O presente artigo busca responder a essas questões, demonstrando como a categoria introduzida por Ruy Mauro Marini pode ser compreendida em acordo com a teoria marxista do valor, e como ela se articula com a determinação do valor da força de trabalho. O texto foi elaborado tendo em vista tanto contribuir para uma compreensão mais ampla dessa categoria quanto para apresentá-la àqueles que não são conhecedores do debate sobre a dependência.

Highlights

  • Introdução “O fundamento da economia dependente é a superexploração do trabalho” (Marini, 1972, p. 101, tradução própria)

  • What is superexploitation? What is the superexploitation of labour power? How does superexploitation operate? What are its impacts on the working class? This paper aims to answer these questions, showing how the category introduced by Ruy Mauro Marini can be comprehended in accordance with the Marxist theory of value and how it relates to the determination of the value of labour power

  • Analisamos como esse fenômeno seria causado pelos três processos descritos por Marini: o primeiro processo consistiria em uma redução persistente do salário real, fazendo-o cair abaixo do montante suficiente para adquirir as mercadorias que compõem a cesta de consumo média até então vigente da classe trabalhadora; os outros dois processos seriam a ampliação da jornada ou da intensidade do trabalho que, em determinadas condições, podem resultar em uma elevação do valor da força de trabalho que, caso não seja acompanhada de uma correspondente elevação dos salários, impediria os trabalhadores de se reproduzirem no mesmo patamar qualitativo

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Summary

Divergência entre preços e valores

Elemento central da teoria econômica marxista, o valor consiste em uma forma de relação social na qual os indivíduos se socializam por meio da troca dos produtos de seus trabalhos. Os preços que atendem às igualdades expressas pelas equações 2 e 3 não são os preços individuais pelos quais cada mercadoria é vendida ou alugada, mas seus preços médios, ou seja, a média pela qual a mercadoria, ao longo de um período de tempo, é transacionada por uma quantidade de equivalente universal. Ainda é preciso lembrar que o valor de troca também pode sofrer alterações tanto devido à variação da grandeza do valor do equivalente universal quanto à modificação no tempo de trabalho socialmente necessário para a produção da mercadoria resultante do desenvolvimento das forças produtivas da sociedade. Resulta como corolário da teoria marxista que os preços médios coincidem com o valor de troca das mercadorias, ou seja, com a relação entre o tempo de trabalho socialmente necessário para sua produção e para a produção do equivalente universal

Divergência entre salários e valor da força de trabalho
Redução do consumo da classe trabalhadora
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