Abstract

Os Estudos Críticos em Gestão (ECG) são formados por bases epistemológicas distintas. Contudo, haveria algum ponto em comum que fosse capaz de dar um status de campo de estudo aos ECG? Alguns autores afirmam que a busca pela emancipação seria uma característica comum às correntes de pensamento que fazem parte dos ECG. Diante desse panorama, este artigo problematiza se a emancipação realmente é uma característica presente no movimento pós-estruturalista, enfocando principalmente as possíveis diferenças entre o pós-estruturalismo e a Teoria Crítica sobre esse tema, bem como analisando quais as possíveis distinções existentes entre autores pós-estruturalistas relacionadas à emancipação e à subjetividade. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em estudos que discutem as principais características dos Estudos Críticos em Gestão. Conforme será descrito, o pós-estruturalismo deixa claro que pretende romper com a dicotomia existente na concepção de sujeito, na qual, em um polo, encontra-se um sujeito completamente autônomo (sujeito individual) e, no outro, um sujeito determinado pelo social (sujeito coletivo), rompendo com a dicotomia agência versus estrutura. Entende-se que emancipação é um ponto-nodal entre os Estudos Críticos em Gestão e não somente uma característica comum. Nesse sentido, o que existem são emancipações no plural, pois há diferenças conceituais entre e dentro das abordagens dos Estudos Críticos em Gestão que têm implicações diretas nos conceitos de universalidade, subjetividade e emancipação, bem como em suas formas de ação política.

Highlights

  • Fournier e Grey (2006) apontam um crescente interesse e uma popularização dos Estudos Críticos em Gestão (ECG), denominado em solo inglês de Critical Management Studies (CMS)

  • Os Estudos Críticos em Gestão englobam uma grande diversidade de trabalhos que possuem diferentes bases epistemológicas

  • Qual seria a linha capaz de costurar e alinhavar todos esses retalhos e dar aos ECG o status de campo de estudo na administração? Os trabalhos de Davel e Alcadipani (2003), Alvesson e Willmott (1996), Parker e Thomas (2011), Adler et al (2007), Grey e Willmott (2005) e Fournier e Grey (2006) intentaram responder essa questão

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Summary

Introduction

Fournier e Grey (2006) apontam um crescente interesse e uma popularização dos Estudos Críticos em Gestão (ECG), denominado em solo inglês de Critical Management Studies (CMS). Para o pós-estruturalismo, qualquer projeto emancipatório não deve pretender libertar o homem de ideologias dominantes que seriam prejudiciais a ele (Alvesson & Willmott, 1996), pois, apesar de, por exemplo, Foucault (1979) estudar o poder, isso não significa que, na concepção de poder contida neste autor, haja uma ideologia dominante que atuaria como elemento principal da construção subjetiva de maneira a reprimir a autonomia e a liberdade, produzindo dominação e alienação – para Foucault (1979) o poder atua de forma muita mais positiva do que repressiva.

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