Abstract

Resumo O artigo analisa como os brasileiros se posicionam em relação ao Programa Bolsa Família (PBF) e seus beneficiários. Os dados são de uma pesquisa nacional de opinião pública encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). Resultados de um modelo logístico multinomial sobre as chances de apoio ao PBF mostraram que elas crescem com a avaliação positiva do governo federal, o nível de informação sobre o programa e o contato com beneficiários, mas caem com o aumento da escolaridade, da renda familiar e do nível de individualismo dos entrevistados. Ambivalências aparecem quando as análises se voltam para as opiniões sobre a gestão do Bolsa Família e seus beneficiários em particular. Regressões via mínimos quadrados ordinários (MQO), estimadas para avaliar as opiniões sobre os impactos positivos do PBF, a suposta falta de controle do programa e os beneficiários, mostraram que possuir mais conhecimento sobre o programa não diminui as visões negativas sobre os beneficiários ou as críticas em relação ao seu controle. De modo surpreendente, essas visões críticas estão presentes mesmo entre grupos de pessoas que teriam maiores chances de receber os recursos do Bolsa Família, como os menos escolarizados, não brancos e moradores do Nordeste.

Highlights

  • A expectativa era de que pessoas com visões mais individualistas teriam maior probabilidade de reprovar o Programa Bolsa Família (PBF) e de serem mais críticas em relação ao programa e a seus beneficiários

  • Embora seja uma importante política de combate à pobreza, com resultados efetivos, as análises apresentadas neste artigo mostram que a opinião pública em relação ao PBF é complexa

  • Brazilian Political Science Review, vol 9, no 1, p. 135-149, 2015

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Summary

Descrição dos dados

A pesquisa de opinião pública nacional da Secom-PR permitiu a criação de dois tipos de variáveis dependentes. O segundo são índices derivados de dez frases sobre o PBF em que os entrevistados discordavam, assumiam uma posição neutra ou concordavam com o que era lido. O primeiro tem característica “positiva”: quanto maior o valor, mais alto o nível de concordância com visões positivas sobre os resultados. Os demais têm características “negativas”: quanto maiores os valores, mais altos os níveis de concordância com visões negativas sobre os beneficiários e o funcionamento do programa. Melhorou a vida das mulheres beneficiárias, pois são elas que recebem o dinheiroa. O objetivo foi testar o nível de concordância com certos “mitos” ou falas pejorativas sobre os beneficiários que circulavam na sociedade, mesmo que não encontrassem respaldo nas análises empíricas (Campello, 2013). O índice de controle aponta para uma crítica operacional do PBF. As estatísticas descritivas dos índices estão na Tabela 2: Tabela 2 Estatísticas descritivas dos índices

As variáveis de controle
Mora com beneficiário do PBF
Conhecimento sobre o PBF
Referências bibliográficas
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