Abstract

EnglishSince ancient times the problem of time has concentrated efforts of the most diverse philosophical traditions and has been formulated and approached in multiple ways. Among these formulations and approaches is the famous phenomenology of time inaugurated by Husserl in the dawn of the twentieth century. From the turn of the twenty-first century, this phenomenology was included in a broad and growing approach to the cognitive sciences. In this context, this inclusion is justified by two internally articulated reasons: on the one hand, according to Shaun Gallagher and Dan Zahavi, Husserl has adequately formulated and also provided an appropriate response line to the time problem, avoiding a number of difficulties. in which other formulations and approaches incur, and, on the other hand, his descriptions of the dynamics of the tripartite structure of internal time consciousness are consistent with the dynamics of neurophysiological processes that underlie time experience, as identified by Francisco Varela's neurophenomenology. The general objective of this paper is to reconstruct the two lines of justification for the inclusion of Husserl's phenomenology in the cognitive sciences. More specifically, this reconstruction consists in initially presenting the difficulties that orbit the problem of time according to other formulations and approaches, and which are confronted by Husserl with the recognition of the tripartite structure of the internal consciousness of time, and then presenting it from a neurophenomenological perspective. The interpretative hypothesis defended in this paper is that the neurophenomenological approach to the time problem implies the opening of a set of questions and potential ontologically important consequences. portuguesDesde a antiguidade o problema do tempo concentrou esforcos das mais diversas tradicoes filosoficas e foi formulado e abordado de multiplas maneiras. Dentre estas formulacoes e abordagens destaca-se a celebre fenomenologia do tempo inaugurada por Husserl no despontar do seculo XX. A partir da virada para o seculo XXI, esta fenomenologia foi incluida em um amplo e crescente movimento de aproximacao com as ciencias cognitivas. Neste contexto, esta inclusao justifica-se por duas razoes internamente atreladas: por um lado, de acordo com Shaun Gallagher e Dan Zahavi, Husserl formulou adequadamente e tambem forneceu uma linha de resposta apropriada ao problema do tempo, evitando incorrer em uma serie de dificuldades nas quais outras formulacoes e abordagens incorrem, e, por outro, suas descricoes da dinâmica da estrutura tripartite da consciencia interna do tempo sao consistentes com a dinâmica dos processos neurofisiologicos que estao na base da experiencia do tempo, conforme identificados pela neurofenomenologia de Francisco Varela. O objetivo geral deste trabalho e reconstruir as duas linhas de justificacao da inclusao da fenomenologia de Husserl junto as ciencias cognitivas. Mais especificamente, esta reconstrucao consiste em inicialmente apresentar as dificuldades que orbitam o problema do tempo conforme outras formulacoes e abordagens, e que sao enfrentadas por Husserl com o reconhecimento da estrutura tripartite da consciencia interna do tempo, e, posteriormente, apresenta-la desde uma perspectiva neurofenomenologica. A hipotese interpretativa defendida neste trabalho e a de que a abordagem neurofenomenologica ao problema do tempo implica na abertura de um conjunto de questoes e de potenciais consequencias ontologicamente importantes.

Highlights

  • Resumo: Desde a antiguidade o problema do tempo concentrou esforços das mais diversas tradições filosóficas e foi formulado e abordado de múltiplas maneiras

  • Since ancient times the problem of time has concentrated efforts of the most diverse philosophical traditions and has been formulated and approached in multiple ways. Among these formulations and approaches is the famous phenomenology of time inaugurated by Husserl in the dawn of the twentieth century

  • Mas o que é propriamente perguntado quando se pergunta pelo tempo? Na virada do século XIX para o século XX, a pergunta pelo tempo foi posta no contexto do surgimento da psicologia experimental, e dentre as célebres formulações deste período encontra-se a versão fenomenológica de Edmund Husserl, que será o foco reconstrutivo desta seção

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Summary

DA NEUROFENOMENOLOGIA DE FRANCISCO VARELA

THE PROBLEM OF TIME FROM TWO PERSPECTIVES: THE OUTLINES OF EDMUND HUSSERL’S PHENOMENOLOGY AND. A linha de resposta adotada por Husserl reconhece na própria estrutura da consciência a possibilidade da experiência temporal, isto é, de que a percepção esteja intencionalmente dirigida para objetos temporalmente estendidos e que são experimentados enquanto tais. Tendo como pano de fundo os resultados da fenomenologia do tempo de Husserl, essa experiência da mudança da percepção de um objeto intencional qua pato para outro qua coelho implica uma complexa dinâmica entre impressão primária, retenção e protensão de modo a possibilitar o fluxo da experiência na qual um objeto intencional possui duração, extensão temporal e mudança. O que em primeira pessoa foi destacado por Husserl como uma estrutura interna triparte da consciência e que está na base da experiência da duração, sucessão e da unidade de objetos no tempo, é destacado neurofenomenologicamente por Varela em termos de processos dinâmicos. Dada a centralidade do tempo para sistemas cognitivos, e dado o esforço de Husserl em elucidar as estruturas da temporalidade, a sua fenomenologia encontra um espaço para si no interior das ciências cognitivas

Considerações finais
Referências bibliográficas
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