Abstract

As discussões sobre a teoria das espécies em Aquino estão situadas em três interpretações que discorrem acerca das relações dos atos do intelecto humano com o objeto externo. A primeira interpretação refere-se à espécie como um modo de acesso direto ao objeto, em que o intelecto seria capaz de acessá-lo por sua própria natureza. A teoria das espécies de Tomás, nessa interpretação, é classificada como um realismo direto ingênuo. A segunda interpretação estabelece, ao contrário, um representacionalismo. As espécies não seriam o primeiro objeto da apreensão. No processo do conhecimento, o objeto exterior seria conhecido secundariamente. Uma terceira interpretação sobre as espécies é a de um realismo direto modificado. Essa interpretação sustenta que as espécies são recursos cognitivos necessários, não implicando diferenças com o objeto externo. O intelecto visa o objeto externo. Por isso, o objeto externo é apreendido primariamente, enquanto a espécie, secundariamente, por um ato reflexivo. A proposta deste trabalho consiste em rever o debate entre Tomás e o platonismo acerca da origem do conhecimento humano, partindo dessas três interpretações descritas acerca das espécies inteligíveis. Num segundo momento, mostrar como as espécies inteligíveis podem ser tanto o id quod quanto o id quo, pois, no primeiro caso, a forma do objeto externo enquanto presente no intelecto é idêntica à forma do objeto externo no modo natural. No segundo caso, como a intelecção de algo material no modo imaterial necessita de um intermediário, mas não de um intermediário que seja o primeiro objeto de conhecimento intelectivo.

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