Abstract

Apresentamos uma reflexão teórico-metodológica para o uso de fontes históricas primárias principalmente em contexto de formação de professores, a fim de privilegiar o desenvolvimento do que Freire denomina autonomia epistêmica. Essa reflexão é apresentada em diálogo com discussões do campo dos Estudos das Ciências, em especial, a chamada Virada Ontológica da Antropologia, e da Filosofia de Linguagem do Círculo de Bakhtin, sugerindo três contribuições: a ênfase na autonomia epistêmica dos estudantes, a busca da superação da dicotomia entre saberes técnicos e pedagógicos, e a adoção de uma concepção epistemológica não-estruturalista, alinhada às discussões metodológicas provenientes da Antropologia do Laboratório. A fim de exemplificar as potencialidades e a riqueza de discussões de fontes primárias a partir desse quadro teórico-metodológico, apresentamos a tradução do francês para o português de uma fonte primária, As Leis do Movimento e do Repouso escrita por M. de Maupertuis no século XVII, em que seu princípio de Mínima Ação é formalizado pela primeira vez. Na sequência, comentamos possíveis caminhos de reflexão e diálogo na sala de aula. Assim, o artigo traz contribuições tanto no sentido teórico, como no sentido de oferecer uma fonte primária em português, com caminhos de reflexão possíveis para o contexto didático.

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