Abstract

Este artigo pretendeu refletir sobre a instrumentalidade do poder militar para a política externa brasileira no pós-Guerra Fria. Definiu-se a moldura teórica de interpretação do relacionamento entre unidades soberanas. Discutiram-se as peculiaridades do complexo de segurança da América do Sul e o papel do Brasil na sua conformação. Analisaram-se os entraves à condução virtuosa da política de defesa e as dificuldades de articulação entre esta e a política externa. Sugeriram-se iniciativas visando ao aprimoramento da interface entre as políticas externa e de defesa.

Highlights

  • Neste artigo pretende-se responder a três perguntas: a) qual é a instrumentalidade do poder militar para a condução da política externa de Estados periféricos no pós-Guerra Fria?; b) qual é a instrumentalidade do poder militar para a condução da política externa brasileira contemporânea?; e c) como é possível aumentar o grau de articulação entre a política externa e a política de defesa tendo por base cenários prospectivos que levem em conta a interação entre os planos doméstico e internacional?

  • Sugeriram-se iniciativas visando ao aprimoramento da interface entre as políticas externa e de defesa

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Summary

João Paulo Soares Alsina Jr*

Neste artigo pretende-se responder a três perguntas: a) qual é a instrumentalidade do poder militar para a condução da política externa de Estados periféricos no pós-Guerra Fria?; b) qual é a instrumentalidade do poder militar para a condução da política externa brasileira contemporânea?; e c) como é possível aumentar o grau de articulação entre a política externa e a política de defesa tendo por base cenários prospectivos que levem em conta a interação entre os planos doméstico e internacional?. Interessa ao mandante que seu relacionamento com o agente seja o menos conflitivo possível, uma vez que quanto maior o grau de consentimento do agente, maior será a efetividade e a possibilidade de reprodução da relação de poder. Se é correto encarar o poder como capacidade que gera efeitos no plano das relações sociais, deve-se admitir que ele não precisa ser efetivamente exercido para produzir resultados. Não haveria sequer a necessidade de que o poder existisse concretamente, uma vez que bastaria a percepção da sua existência para a produção de efeitos – o que demonstra como o aspecto perceptual é ele próprio uma das facetas mais importantes do poder. A dominação centrada na influência corretiva realiza-se por intermédio da limitação do espectro de possibilidades de ação do agente, seja na forma de coerção (empregada pelos “leões”), seja na de incentivos positivos ou de sedução (empregada pelas “raposas”).

Revista Brasileira de Política Internacional
Entraves domésticos à condução da política de defesa
Entraves à articulação entre as políticas externa e de defesa
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