Abstract

O conceito de internacionalização tem sido utilizado na educação superior como medida de qualidade e como recurso para que as universidades respondam aos desafios de um contexto global complexo. A despeito do discurso dominante de que esse processo tem transformado as estruturas universitárias, são raros os estudos que tratam da gestão da internacionalização no domínio das instituições acadêmicas e, sobretudo, dos gestores universitários de cooperação internacional. Este artigo visa a contribuir com o início dessa discussão no Brasil e se propõe a diagnosticar o perfil dos gestores de cooperação internacional das universidades públicas federais brasileiras. O recorte abrangeu 46 universidades vinculadas à Associação Brasileira de Educação Internacional (Faubai). Desenvolveu-se uma pesquisa documental nos sítios dos setores de relações internacionais dessas instituições e nos currículos Lattes de seus gestores. Os resultados apontaram para aspectos positivos como o posicionamento dos setores nas estruturas universitárias e a experiência dos atuais gestores com atividades internacionais. Também indicaram problemas como constantes mudanças na função; acúmulo de cargos e funções; formação em áreas não relacionadas à internacionalização e falta de participação em capacitações condizentes com suas atribuições. No geral, o quadro evidenciado sugere a necessidade de investimentos nessas universidades para que a internacionalização institucional ocorra em perspectiva mais ativa.

Highlights

  • The concept of internationalization has been used in higher education as a measure of quality and resource for universities to respond to the challenges of a complex global context

  • Despite the dominant discourse that internationalization has transformed university structures, there are few studies that deal with internationalization management in academic institutions and international cooperation university managers

  • This paper contributes to the beginning of this discussion in Brazil by studying international cooperation managers of Brazilian federal universities

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Summary

INTRODUÇÃO

O interesse e o debate acerca da internacionalização da educação superior se intensificaram no panorama global a partir da década de 1990, com a difusão da economia globalizada. A despeito do consenso de que a internacionalização tem transformado os sistemas educacionais e as estruturas universitárias – tendo se deslocado da margem para o centro do interesse institucional (Hudzik, 2011; Gao, 2014; Gacel-Ávila, 2012; Knight, 2015) – e da quantidade significativa de estudos desenvolvidos a seu respeito[2], até o momento são limitadas as pesquisas que se propuseram a investigar especificamente a gestão desse processo no âmbito das universidades e, sobretudo, os perfis dos gestores universitários responsáveis pela cooperação internacional. A despeito das oportunidades proporcionadas pela internacionalização, comumente enfatizadas nos relatórios e artigos a seu respeito (Lima & Maranhão, 2011), existem contradições e desafios que se manifestam nesse contexto, decorrentes, em sua maioria, da preponderância de motivações econômicas na educação superior internacional, que resulta em consequências como a diminuição do financiamento público para o setor na maioria dos países (Altbach & Knight, 2007; Lima & Contel, 2011; De Wit, 2011; Altbach & De Wit, 2015; Reitz, 2017). O quadro evidenciado – crescente importância da internacionalização; complexidade do conceito; multiplicidade de motivações que a impulsionam; oportunidades proporcionadas às instituições e às comunidades acadêmicas; desafios emergentes que impactam principalmente o Sul – suscita o desenvolvimento de análises sobre a gestão da internacionalização no nível institucional e, especificamente, sobre os gestores responsáveis pela gestão desse processo, que desempenham função elementar no desenvolvimento de planos institucionais de internacionalização e que podem contribuir para que, no domínio da universidade, o processo ocorra em perspectiva mais ativa

Gestão da Internacionalização e o Papel do Gestor de Cooperação Internacional
METODOLOGIA
ANÁLISE E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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