Abstract
Este ensaio pretende apresentar alguns aspectos importantes do pensamento geopolítico tradicional chinês a partir de 500 a.C até o começo da China contemporânea (século XIX), trazendo na análise obras clássicas da Filosofia Tradicional Chinesa. Primeiro, faz-se uma conceituação da idéia-base do pensamento geopolítico tradicional chinês: o “sinocentrismo”, de forma a rastrear a origem ideológica presente nas políticas por meio das quais as dinastias chinesas vieram a se relacionar com outros Estados. Em seguida, conduz-se uma reflexão sobre a influência do “sinocentrismo” na trajetória da China Antiga, focalizando em particular a última dinastia (dinastia Qing), quando este pensamento atingiu seu apogeu na formação de uma visão fechada da China Imperial sobre o mundo. Por fim, realiza-se uma crítica sobre a correlação entre o “sinocentrismo” e a falta de uma projeção geopolítica global ativa da China contemporânea, bem como a sua contínua influência na formulação da Política Externa Chinesa atual.
Highlights
Resumo: Este ensaio pretende apresentar alguns aspectos importantes do pensamento geopolítico tradicional chinês a partir de 500 a.C até o começo da China contemporânea, trazendo na análise obras clássicas da Filosofia Tradicional Chinesa
"sinocentrism" on the trajectory of Ancient China, focusing in particular on the last dynasty (Qing dynasty), when "sinocentrism" reached its apogee whilst the Chinese empire formed a closed vision about the world; and we look into the correlation between "sinocentrism" and the lack of an active global geopolitical projection of contemporary China, as well as its implications with regards to the Chinese government’s current foreign policies
Karl Marx on Society and Social Change: With Selections by Friedrich Engels
Summary
É recente o aparecimento do termo “geopolítica” no léxico das ciências sociais, mas a ideia de correlacionar as perspectivas geográficas com as práticas políticas remonta a datas muito longínquas. O Império chinês era visto não como um país, mas um mundo com “fronteiras”, sendo fora dessas fronteiras um conjunto turvado e indivisível, o que seria a periferia de um único centro. Esse ideal de organização política era tipicamente hierárquico, tendo sido ainda mais reforçado pelos herdeiros do confucionismo nas práticas de governança, como é o caso de Dong, autor do Livro da Cerimônia, que é uma das mais importantes obras de referência quando se trata de ritos e moralidades da China Antiga. O relacionamento do império com o exterior objetivava a não-agressão mútua, mas como a China era praticamente a maior e a única grande potência na região, essa política adquiriu um certo sentido de humildade e autolimitação das cobiças por expansão territorial, consideradas como as maiores virtudes do governador pelo Taoísmo e pelo Moísmo
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