Abstract

RESUMO: Neste trabalho, investigamos o processo de causativização no português brasileiro, buscando compreender as restrições e generalizações que permitem explicar os dados aparentemente caóticos de nossa lingua. Para tal, utilizamos o método hipotético-dedutivo e partimos da tese de que são elementos do dominio acional que determinam o comportamento dos verbos em relação à incidência de causalidade. Como consequência, apresentamos neste artigo uma revisão teórica das classes acionais, utilizando ferramentas de um modelo decomposicionista recente denominado Nanossintaxe (STARKE, 2009). Com isso, será possível entender as restrições mais rigorosas que as classes ‘estado’ e ‘accomplishment’, por exemplo, impõem para o fenômeno da causativização, levando em conta conceitos sintático-semânticos mais finos, como Iniciação, Processo, Resultado e Limite. Concluímos, deste modo, que para um predicado ser interpretado enquanto causativo faz-se necessário que o evento por ele denotado seja de natureza dinâmica. Além disso, demonstramos que a sequência funcional (f-seq) da forma como é proposta dentro do modelo nanossintático permite explicar a associação de mais de um nódulo sintático a um mesmo argumento verbal, assim como a sua desassociação e consequente identificação com um núcleo causativo nulo.

Highlights

  • Investigando a causativização no PB dentro da NanossintaxeInvestigaremos qualitativamente sentenças que passaram pelo processo de causativização a partir de predicados não causais.

  • Para averiguarmos se essa noção não estrutural é de fato relevante para que a causativização seja licenciada, tomemos mais alguns exemplos, dessa vez de predicados inacusativos, os quais são identificados por nanossintaticamente não conterem o núcleo de iniciação [init] e denotarem, usualmente, eventos da classe dos achievements.

  • A primeira exigência para que um dado predicado causativize é que o evento por ele denotado contenha em sua estrutura a hierarquia [initP > procP], ou apenas o núcleo [proc], dado que essa é a contribuição original do predicado para a interpretação de causalidade: note-se que quando um verbo causativiza, como em “Joana acordou o Pedro”, quem de fato desempenha o processo denotado pelo evento é o argumento UNDERGOER, desse modo, o efeito provocado pelo evento de iniciação está necessariamente associado à raiz do verbo que causativiza.

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Summary

Investigando a causativização no PB dentro da Nanossintaxe

Investigaremos qualitativamente sentenças que passaram pelo processo de causativização a partir de predicados não causais. Para averiguarmos se essa noção não estrutural é de fato relevante para que a causativização seja licenciada, tomemos mais alguns exemplos, dessa vez de predicados inacusativos, os quais são identificados por nanossintaticamente não conterem o núcleo de iniciação [init] e denotarem, usualmente, eventos da classe dos achievements. A primeira exigência para que um dado predicado causativize é que o evento por ele denotado contenha em sua estrutura a hierarquia [initP > procP], ou apenas o núcleo [proc], dado que essa é a contribuição original do predicado para a interpretação de causalidade: note-se que quando um verbo causativiza, como em “Joana acordou o Pedro”, quem de fato desempenha o processo denotado pelo evento é o argumento UNDERGOER, desse modo, o efeito provocado pelo evento de iniciação está necessariamente associado à raiz do verbo que causativiza. O quadro abaixo busca resumir algumas das propriedades encontradas que parecem ser relevantes para o funcionamento da causativização no português brasileiro

LICENCIA CAUSATIVIZAÇÃO?
Considerações finais
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