Abstract

O naturalismo literário é uma estética frequentemente repelida quando se trata de pesquisar naturalismo e realismo no cinema. Neste trabalho, faço uma abordagem alternativa, recuperando as suas principais características para compreender uma onda de filmes brasileiros dos anos 2000. Ao longo da década, uma série de filmes atualizou essas características, dentre as quais destaco o objetivo de fazer estudos de realidades periféricas esgotadas pela crise de modelos de civilização; a procura por doenças profundamente impregnadas nessas regiões; a recorrência do elemento trágico, da entropia e/ou da pulsão de morte; uma estética de excessos, com crueldade, sensação e sensacionalismo. Essas características reúnem-se em filmes naturalistas, mas se dispersam ao longo da década, mostrando que as premissas naturalistas deixaram de ser atrativas como projeto estético e político com o passar dos anos. Finalmente, reitero a pertinência e a necessidade de colocar o problema da imagem e do naturalismo para além da submissão extrema e caricata ao paradigma da transparência.

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