Abstract

Este trabalho visa compreender as reconfigurações territoriais desencadeadas no meio rural brasileiro a partir do início dos anos 2000 em decorrência da expansão dos monocultivos de cana destinados à produção de agrocombustíveis, bem como analisa a origem e montante dos investimentos estrangeiros diretos aplicados na produção brasileira de etanol. Para tanto, utiliza uma abordagem teórica que considera a existência de conflitos ambientais e territoriais associados à lógica operatória de exploração capitalista da natureza, e busca elucidar a presença de discursos hegemônicos direcionados a invisibilizar modos distintos e não dominantes de uso e apropriação dos recursos naturais. Ademais, inspirada nas contribuições de intelectuais latino-americanos aglutinados no que se denominou chamar paradigma modernidade-colonialidade, irá propor que a apropriação assimétrica dos recursos naturais tem sido parte integrante de uma condição de colonialidade na apropriação da natureza. Para sustentar essas análises, o artigo se vale da realização de dois trabalhos de campo conduzidos em áreas de expansão da monocultura de cana nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul e do uso de estatísticas oficiais cotejadas pelo IBGE e pelo Banco Central.

Highlights

  • Resumo: Este trabalho visa compreender as reconfigurações territoriais desencadeadas no meio rural brasileiro a partir do início dos anos 2000 em decorrência da expansão dos monocultivos de cana destinados à produção de agrocombustíveis, bem como analisa a origem e montante dos investimentos estrangeiros diretos aplicados na produção brasileira de etanol

  • Abstract: This paper aims to understand territorial reconfigurations triggered in the Brazilian countryside from the early 2000s due to the expansion of monocultures of sugarcane for the agrofuels’ production

  • Na trilha desse processo contínuo e incessante, é plausível considerar que o avanço da monocultura de cana para produção de agrocombustíveis representa uma forma contemporânea dos métodos da acumulação primitiva, que compõe a escalada de mercantilização dos recursos ambientais globais (terra, ar, água), bem como impulsiona a degradação de ecossistemas e habitats, transformando-os em objetos da exploração agrícola através do emprego de práticas intensivas em capital

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Summary

Introduction

Resumo: Este trabalho visa compreender as reconfigurações territoriais desencadeadas no meio rural brasileiro a partir do início dos anos 2000 em decorrência da expansão dos monocultivos de cana destinados à produção de agrocombustíveis, bem como analisa a origem e montante dos investimentos estrangeiros diretos aplicados na produção brasileira de etanol.

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