Abstract

Objetivo: Apresentar e discutir os escritos de Marcantonio Michiel, Anton Francesco Doni, Paolo Giovio e Frei Sabba de Castiglione como exemplos de configuração pioneira de catálogos de arte. Método: Utiliza os métodos de pesquisa bibliográfico, com abordagem qualitativa, analisando os textos a partir de um conjunto de premissas teóricas sobre o que são listas e catálogos. Na premissa discute-se como tais materiais devem ser manuseados. Resultado: Observa-se que os autores selecionados produziram textos que funcionavam epistemologicamente, contribuindo para a formação do conhecimento, colocando informações em circulação, estabelecendo taxonomias e outros processos análogos. Conclusões: Apresente ao leitor qual a principal contribuição do seu estudo. Os textos apresentados não se apresentam somente como listas, mas também como narrativas. Isso colocou a necessidade de observar o uso da linguagem em suas formulações retóricas. Observamos que os autores utilizam estilos bastante diferentes entre si e, com certeza distantes ainda das formulas contemporâneas da catalografia de arte. Tais diferenças podem ser observadas quando, por exemplo descrevem uma mesma obra em situações e momentos diferente (como destacamos no caso da descrição de uma fonte presente no museu de Giovio).

Highlights

  • It is observed that the selected authors produced texts that worked epistemologically, contributing to the formation of knowledge, putting information into circulation, establishing taxonomies and other similar processes

  • The analyzed texts are presented as lists, and as narratives. This placed the need to observe the use of language in its rhetorical formulations

  • We observed that the authors use styles that are quite different from each other and, certainly, still far from contemporary formulas in art catalogs

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Summary

INTRODUÇÃO

Inventários e catálogos, como elencos ordenados e sistemáticos de objetos da mesma espécie, sejam eles livros, obras de arte, produtos artesanais ou industriais, fazem parte do equipamento humano para lembrar de conceitos e posses materiais desde os tempos antigos. Uma das questões que precisa ser considerada para estudar os textos selecionados para esse trabalho é que esses não se apresentam somente como listas, mas também como narrativas. Embora inventários e catálogos sejam frequentemente usados na história da arte como ferramentas arqueológicas para escavar camadas do passado e tratados como fontes empíricas, esses textos devem ser submetidos aos mesmos modos de análise que outros objetos da cultura material. Para Riello (2012), esses escritos são, portanto, formas de representação influenciadas por convenções sociais, pelos valores econômicos que, de maneira ainda que não explícita, são atribuídos aos objetos e, nesse sentido, consideramos que, perante esses protocatálogos de arte, seu valor econômico se desloca para aquilo que Pomian descreve como fator essencial das coleções, isso é: os objetos atribuem status aos seus proprietários, perdendo valor de uso e adquirindo valor de troca (POMIAN, 1984). A nosso ver, devem ser tratados como documentos de autoria realizados sob determinadas restrições temporais, retóricas e sociais que afetam sua compilação e as fórmulas como os objetos listados são descritos

OS AUTORES E SEUS CATÁLOGOS
Marcantonio Michiel e sua Notizia d’opere del disegno
Paolo Giovio e o Museo Gioviano
Os Ricordi de Frei Sabba
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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