Abstract
O presente estudo estrutura-se tendo em conta duas linhas temáticas: a onipresença do mar e o tema da viagem marítima na cultura portuguesa – o “mito de Henrique” (o navegador), na opinião de António Quadros. Para dar a conhecer o problema, segue-se um paradigma interpretativo e crítico e uma metodologia de investigação qualitativa, analisando-se a perspetiva dos estudiosos atuais da cultura portuguesa, que ligam o tema da viagem por mar à questão da identidade coletiva. Por meio de uma abordagem diacrónica do tema do mar e da viagem na literatura portuguesa – contributo inovador do estudo para o estado da arte da questão –, chega-se à conclusão da inegável vocação marítima deste país de finisterra, marcado do ponto de vista psicossocial pela Viagem dos Descobrimentos.
Highlights
To present the matter, we followed an interpretative and critic paradigm, and a qualitative research methodology, analyzing the perspective of contemporary Portuguese Culture researchers that associate the theme of Sea travelling to the collective identity questions
Our study was structured along two themes: the omnipresence of the Sea and the Sea travel in the Portuguese Culture – the “myth of Henry, the Navigator”, according to António Quadros
We followed an interpretative and critic paradigm, and a qualitative research methodology, analyzing the perspective of contemporary Portuguese Culture researchers that associate the theme of Sea travelling to the collective identity questions
Summary
Partimos assim – com ele e com outros estudiosos da cultura – exatamente do pressuposto de que se pode falar de grupos culturais de forma generalizada e da existência de uma cultura nacional com uma certa identidade e uma certa permanência no tempo[7]. Esta construção identitária não é assim um fechamento, antes se relaciona com a adesão à viagem – por mares nunca dantes navegados9– e implica uma abertura ao relativo, ao exótico, que uma reflexão sobre o eu sempre exige. Este impulso da viagem que caracteriza a cultura portuguesa e lhe traça para sempre a identidade parte, contudo, das Naus de Verde Pinho de D. Assim é encarado o rei-poeta na atualidade, por exemplo, na narrativa em verso para a infância de Manuel Alegre sobre o relato da viagem marítima em que Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas.
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