Abstract

O presente estudo estrutura-se tendo em conta duas linhas temáticas: a onipresença do mar e o tema da viagem marítima na cultura portuguesa – o “mito de Henrique” (o navegador), na opinião de António Quadros. Para dar a conhecer o problema, segue-se um paradigma interpretativo e crítico e uma metodologia de investigação qualitativa, analisando-se a perspetiva dos estudiosos atuais da cultura portuguesa, que ligam o tema da viagem por mar à questão da identidade coletiva. Por meio de uma abordagem diacrónica do tema do mar e da viagem na literatura portuguesa – contributo inovador do estudo para o estado da arte da questão –, chega-se à conclusão da inegável vocação marítima deste país de finisterra, marcado do ponto de vista psicossocial pela Viagem dos Descobrimentos.

Highlights

  • To present the matter, we followed an interpretative and critic paradigm, and a qualitative research methodology, analyzing the perspective of contemporary Portuguese Culture researchers that associate the theme of Sea travelling to the collective identity questions

  • Our study was structured along two themes: the omnipresence of the Sea and the Sea travel in the Portuguese Culture – the “myth of Henry, the Navigator”, according to António Quadros

  • We followed an interpretative and critic paradigm, and a qualitative research methodology, analyzing the perspective of contemporary Portuguese Culture researchers that associate the theme of Sea travelling to the collective identity questions

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Summary

Ferreira 1999

Partimos assim – com ele e com outros estudiosos da cultura – exatamente do pressuposto de que se pode falar de grupos culturais de forma generalizada e da existência de uma cultura nacional com uma certa identidade e uma certa permanência no tempo[7]. Esta construção identitária não é assim um fechamento, antes se relaciona com a adesão à viagem – por mares nunca dantes navegados9– e implica uma abertura ao relativo, ao exótico, que uma reflexão sobre o eu sempre exige. Este impulso da viagem que caracteriza a cultura portuguesa e lhe traça para sempre a identidade parte, contudo, das Naus de Verde Pinho de D. Assim é encarado o rei-poeta na atualidade, por exemplo, na narrativa em verso para a infância de Manuel Alegre sobre o relato da viagem marítima em que Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas.

12 Camões 1973
29 Real 1998
46 Casimiro 1912
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