Abstract

É notório o aumento recente do estudo dos arquivos pessoais, no âmbito de diversas áreas científicas. Este estudo, exploratório de natureza qualitativa, efetua uma reflexão crítica sobre o lugar que os arquivos pessoais ocupam na arquivística internacional, tendo por base o método de pesquisa e análise documental. Discute os termos e o conceito de arquivo pessoal, analisa o seu desenvolvimento desigual em distintos países e termina com a enumeração de algumas problemáticas. Conclui, que a sua valorização se deve à história, e mormente à história da vida privada.

Highlights

  • Nas últimas três décadas, os estudos sobre os arquivos pessoais, seja no contexto da história, da antropologia e da sociologia, seja no contexto da literatura e da cultura, seja ainda no contexto da arquivística e/ou da ciência da informação, considerando neste caso a arquivística como disciplina, têm conhecido um renovado interesse por parte dos investigadores, sobretudo no quadro internacional, reposicionando o seu lugar e reforçando o seu valor para a investigação

  • Nesta breve introdução ao tema, e sendo este um estudo eminentemente de reflexão, procuraremos discutir e identificar o conceito de ‘arquivo pessoal’, situar as suas origens e os desenvolvimentos na arquivística internacional, terminando com a identificação de algumas das problemáticas que incorporam os estudos dos arquivos pessoais, que permitem compreender o seu lugar na arquivística em particular e no âmbito mais lato da ciência da informação

  • No Canadá, o contexto de afirmação dos arquivos pessoais é similar, identificando-se a preservação e a recolha com as prioridades dos historiadores e arquivistas, tendo presente o seu valor cultural, bem como fonte de informação para a investigação familiar e histórica: “Public records and manuscripts are collected according to the priorities of the historians and archivists in terms of élites and the view at the centre from the top.” (TAYLOR, 1982-1983: 121)

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Summary

Concetualização de ‘Arquivo Pessoal’

Historicamente, foram as bibliotecas e os museus, enquanto instituições de memória, que abriram as portas à custódia dos arquivos pessoais, referindo-se-lhes, muitas vezes, como ‘collections’/‘coleções’, ‘manuscripts’/‘manuscritos’ e ‘personal papers’/‘papéis pessoais. Usado para a referência aos documentos históricos ou literários dos arquivos pessoais ou de família, assim como ‘personal papers’ se utiliza exclusivamente no contexto dos arquivos pessoais e de família. Na literatura arquivística canadiana e dos Estados Unidos, o termo collection expressa quer a ‘coleção’ quer o ‘arquivo’, designadamente quando se refere a arquivos pessoais, sendo usado para designar as duas realidades indistintamente, não se aplicando o termo ‘archive(s)’ para designar o conjunto de documentos de uma pessoa ou de uma família, mas apenas em referência ao arquivo definitivo de uma instituição, pública ou privada. O termo ‘arquivo pessoal’ aparece referido, na literatura arquivística de França e do Reino Unido na forma do plural, como archives personnelles e personal archives, respetivamente. Independentemente da sua designação, importa que seja considerado enquanto sistema de informação

Os arquivos pessoais na arquivística internacional
Os arquivos pessoais na arquivística nacional
Problemáticas em torno do ‘lugar’ dos arquivos pessoais
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