Abstract

Neste artigo, examina-se o funcionamento do Centro de Informações do Exterior (CIEX), órgão do Itamaraty e vinculado ao Serviço Nacional de Informações (SNI) que foi encarregado de espionar políticos e militantes contrários ao regime militar brasileiro que se exilaram nos países vizinhos. Trata-se de um estudo que visa a desvendar como agia um dos elos do sistema repressivo montado pela ditadura brasileira, que tinha um relativo grau de interação com as outras ditaduras militares da região do Cone Sul. O artigo demonstra que o Itamaraty colaborou intensamente com o regime militar brasileiro, inclusive com a repressão.

Highlights

  • Este trabalho é baseado principalmente na análise do funcionamento do Centro de Informações do Exterior (CIEX), órgão do Itamaraty e vinculado ao Serviço Nacional de Informações (SNI) que foi encarregado de espionar políticos e militantes contrários ao regime militar brasileiro que se exilaram nos países vizinhos

  • Pio Penna Filho relativo grau de interação com as outras ditaduras militares da região do Cone Sul. O artigo demonstra que o Itamaraty colaborou intensamente com o regime militar brasileiro, inclusive com a repressão

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Summary

Pio Penna Filho*

As ditaduras militares que marcaram a história recente dos países do Cone Sul deixaram raízes que por muito tempo e ainda permanecerão vivas na memória de várias gerações. O Centro desempenhou atividades também na Europa, sobretudo em Portugal, para onde muitos exilados brasileiros se dirigiram após a onda de ditaduras que varreu a democracia do Cone Sul. Todavia,. Durante o período das ditaduras latino-americanas nas décadas de 1960 e 1970, houve uma intensa cooperação entre os serviços de segurança nacionais, seja por meio de ações de inteligência na troca de informações, seja pela cooperação perversa dos sistemas de repressão efetivos, os quais iam muito além do plano da inteligência para medidas concretas de eliminação dos oponentes/resistentes às diversas ditaduras militares instaladas nos países sul-americanos, especialmente no âmbito do Cone Sul[1]. Apesar de terem se constituído, na região, regimes distintos, todos tinham em comum um profundo discurso anticomunista e buscaram respaldar sua legitimidade na ideologia da segurança nacional[2]

Revista Brasileira de Política Internacional
Referências bibliográficas

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