Abstract

O gênero da ficção distópica alcançou enorme popularidade entre os leitores atuais. Em particular, constata-se que a eleição de políticos conservadores e sectários alavancou as vendas globais desta espécie de literatura. Esses leitores, aparentemente, enxergam na distopia uma representação dos problemas sociais de seu tempo. No entanto, o posto da distopia enquanto guia espiritual do indivíduo moderno resiste a um exame mais rigoroso de seus pressupostos político-culturais? O enredo desses romances é construído em torno da demanda por autonomia individual diante da sociedade, estimulando o que podemos chamar de “liberdade de poder”, a liberdade de expandir o seu horizonte de agir e viver. A partir do argumento de que o estímulo desenfreado desta categoria da liberdade é um instrumento para a exploração neoliberal, o artigo busca revisitar o legado político das ficções distópicas.

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