Abstract

A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste apesar dos esforços dispendidos em favor da igualdade de gênero. Este estudo investiga a hipótese da penalidade da maternidade levantada na última década por pesquisadores da área, que sugere que a desigualdade salarial é agravada pelo nascimento de um bebê. Após ter filho, as mulheres têm seus salários e participação no mercado de trabalho reduzido quando comparados aos resultados dos homens, indicando que as mulheres são penalizadas pela maternidade. Foi utilizada a metodologia de estudos de eventos, comparando os rendimentos do trabalho das mulheres em relação aos homens em torno do nascimento do filho, com os dados identificados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para o Brasil. Tanto o salário quanto a participação das mulheres no mercado de trabalho se reduz após o nascimento de um bebê. Para os homens, o efeito, apesar de também ser negativo, é de menor magnitude. Os impactos na maternidade se mostraram persistentes, de modo que 10 anos após o nascimento, os salários das mães não retornam ao patamar pré-nascimento. A desigualdade no mercado de trabalho tem fortes relações com o nascimento de um bebê. Este resultado contribui para o debate sobre desigualdade salarial de gênero no Brasil.

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