Abstract

RESUMO O presente artigo pretende fazer uma leitura do dispositivo crônico da aids a partir das discussões sobre o pós-humanismo, tendo como pressuposto o conceito de tecnobiodiscursivo e seus efeitos. A hipótese a ser defendida é que esse dispositivo funcionaria como um modelo provocativo do pos-humanismo. Para tanto, inicialmente recorre à caracterização do tecnobiodiscursivo, segundo a ordem da cisão entre as modalidades de vida que, no capitalismo tardio, tem inscrições híbridas e colocam em suspenso categorias isoladas de corpo, sujeito e discurso. Depois, parte-se para uma descrição do dispositivo crônico da aids, a partir de uma breve genealogia, de modo a relacionar a cronicidade e suas estratégias médico-farmacológicas a novas modalidades de vida. Por fim, atenta-se para a possibilidade de aduzir, das discussões entre dispositivo e acontecimento tecnobiodiscursivo, um modelo provocativo de pós-humano.

Highlights

  • This article seeks to approach the chronic apparatus of AIDS via discussions

  • The thesis being defended is that this apparatus would function as an explanatoryprovocative paradigm

  • it initially analyzes the characterization of discussions on bio-technological-discoursive

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Summary

O TECNOBIODISCURSIVO

O pensamento aristotélico sobre a vida e suas diferentes formas se tornou célebre com Hannah Arendt (2007). Ao retomar a distinção aristotélica sobre as modalidades de vida, Preciado (2008, p.43) vai inserir justamente o problema da tecnologia que invade a vida e dessa tecnovida materializada em corpo e em discurso como estratégia de exploração e de separação entre vidas mais ou menos humanas. O que Preciado sugere é uma série de resistências de (tecno)gênero, apelando para a biopotência (numa leitura deleuziana de uma vida ou na relação entre molar e molecular retomada por Lazzarato e Virno): uma espécie de cuidado de si, de bioascese que é a criação de um híbrido na ambiguidade da Testosterona: usada na guerra, por soldados nazi, mas agora para uma reprogramação que resiste ao binarismo de gênero – uma experimentação biopolítica ciborgue que não redunda nem em lumpetização nem em controle. É, pois, esse dispositivo da aids e suas rasuras que interessam à próxima seção

UM DISPOSITIVO CIBORGUE
UM MODELO DE PÓS-HUMANO?
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