Abstract

O monodrama Erwartung, de Arnold Schoenberg, foi caracterizado por um lado como síntese do expressionismo e, por outro, como uma composição não definível por meio de categorias formais. Esta convergência entre expressão e negação da forma, apontada por Carl Dahlhaus, é o ponto de partida deste texto, cujo objetivo é sustentar, mais do que uma simples convergência, uma relação determinada entre expressão e negação da forma, ou da convenção. Isto é realizado em três momentos: primeiro, desenvolve-se o conceito adorniano de fetichismo musical; segundo, aborda-se a relação entre a expressão e a convenção à luz do problema do fetichismo musical, o que permite aproximar noções como a negação da convenção, a negação romântica do objetivismo musical em prol da expressão subjetiva e a recusa de materiais fetichizados; em terceiro lugar, aborda-se Erwartung, mostrando como o problema da convenção, do objetivismo e do fetichismo não deixam de aparecer em uma peça que leva às últimas consequências a radicalização da expressão pela negação da convenção.

Highlights

  • Arnold Schoenberg’s monodrama Erwartung was characterized on one hand, as the epitome of expressionism and, on the other, as a composition not definable by formal categories

  • Isto torna possível que o gesto orgânico, pré-racional registrado da mulher que não se conforma com a morte do homem amado seja objetivado em elementos de linguagem musical, por meio dos quais a música “expressa, vítreo, aquilo que a angústia torna rígido” (ADORNO, 2004, p.42)

  • Adorno encontra algo semelhante a esse quid pro quo em Erwartung, a qual visaria um registro documental do sujeito isolado, não mediatizado pelos elementos objetivos da convenção – e é em nome disto que toma a decisão diametralmente oposta da de Rachmaninoff e recusa todos os elementos de inteligibilidade imediata – e não obstante se congela no pólo oposto, no objetivismo, isto é, em não poder ser diferente daquilo que é

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Summary

Introduction

Arnold Schoenberg’s monodrama Erwartung was characterized on one hand, as the epitome of expressionism and, on the other, as a composition not definable by formal categories. O que designa o termo ‘musical’ no uso mais simples da linguagem, se refere justamente a esse caráter idiomático, a uma relação para com a música na qual seu material, em virtude de sua objetivização, se converte em segunda natureza do sujeito musical.

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