Abstract

O objetivo deste artigo foi identificar sinais de excesso de confiança nos preços entre produtores de milho do Sul e do Centro-Oeste do Brasil. Entre outubro e novembro de 2008, 90 produtores foram selecionados para responderem questões relacionadas a seus conhecimentos do mercado futuro e a suas expectativas de preços. Uma grande parte dos entrevistados respondeu que não negociava contratos futuros por não possuir informação suficiente para isso. Os resultados revelaram que os produtores foram descalibrados quando estimaram os preços esperados na forma direta e indireta. Além disso, para a maior parte dos respondentes, a variância subjetiva obtida por meio dos questionários foi estatisticamente inferior à variância do mercado. Isto mostra que os produtores possuem uma percepção de risco inferior ao risco de mercado. Por fim, o artigo conclui que o efeito de excesso de confiança pode, parcialmente, explicar o baixo uso do mercado futuro de milho por parte dos produtores brasileiros, para garantir a proteção de preço do produto.

Highlights

  • Aguiar (1999) mostrou que existem ao menos três estratégias que podem ser utilizadas por agricultores no intuito de gerenciar o risco

  • Pease (1992), por exemplo, usou esse método para extrair as respostas sobre as probabilidades subjetivas das produtividades de 90 produtores de milho e soja no estado do Kentucky, Estados Unidos

  • Apesar de poder se manifestar de todas as maneiras descritas na seção anterior, Glaser e Weber (2007) afirmam que o excesso de confiança pode ser teoricamente modelado como uma falha na precisão da estimação, utilizando­

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Summary

Introdução

A atividade agropecuária se depara com diversos tipos de risco, tais como: de preço, clima, crédito, custos, operacional etc. Andrade (2004), por exemplo, mostrou que os custos de transação nos mercados futuros brasileiros podem explicar a razão pela qual muitos produtores de milho não realizam negócios na BM&FBovespa para protegerem sua produção contra oscilações desfavoráveis de preços. Pelo simples fato de encararem o risco de uma forma alternativa e mais realista, quanto mais aversão ao risco tiver o produtor de boi gordo, menor poderá ser a parcela da produção que o mesmo terá hedgeada no mercado futuro da BM&FBovespa. Esse otimismo é referido na literatura como “excesso de confiança” (overconfidence) e pode ser considerado um ponto fundamental na explicação do motivo pelo qual produtores fazem proteção de preços para apenas uma pequena parcela de sua produção ou simplesmente não fazem o hedge. Com a não rejeição dessa hipótese, pode-se lançar uma explicação alternativa às explicações até agora encontradas na literatura nacional para determinar as razões pelas quais produtores não fazem hedge no mercado futuro

Revisão de Literatura
Descalibragem
Efeito melhor que a média
Ilusão de controle
Modelo teórico
Análise estatística dos questionários
Resultados e Discussão
Conclusões
Findings
Referências Bibliográficas
Full Text
Paper version not known

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