Abstract

A presente pesquisa pretende demonstrar que o posicionamento do advérbio na sentença não é livre, conforme já afirmam alguns autores como Cinque (1999) e Rocha e Lopes (2015). Ancorada na Teoria Gerativa, esta pesquisa postula que o advérbio se posiciona fixamente em posições determinadas, na maioria das vezes. Cinque (1999) demonstra que determinados advérbios se mantêm em posições fixas, pois como são, em algumas circunstâncias, traços de tempo, eles não poderiam ocupar posições à direita em representações arbóreas. Para indicar tempo e aspecto em uma sentença, os advérbios precisam ocupar posições à esquerda nos sintagmas para que ocorram movimentos no momento da derivação. Essa pesquisa, por meio de análise de transcrição de falas reais, analisou e tabulou 548 advérbios presentes em diálogos de falantes nativos do português brasileiro e classificou dezoito tipos de advérbios e suas posições. O corpus foi construído a partir de gravações de aulas de uma escola privada, em Belo Horizonte, e trazido para esta investigação em uma abordagem qualitativa e quantitativa. O trabalho demonstrou que os advérbios, tidos como termos acessórios da oração, podendo aparecer em diversas posições na sentença, nem sempre são livres e que determinados tipos de advérbios só se encontram em posições fixas. Isso nos leva a afirmar que, no momento da derivação da sentença, em nosso módulo mental, de acordo com os pressupostos da Teoria Gerativa, o advérbio ocupa a posição de especificadores de projeções máximas e que cada tipo de advérbio se posiciona em especificadores de sintagmas funcionais já determinados.

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